Timothy Morton: “Podemos ter mais pandemias, mas também um futuro diferente do que vislumbramos agora”

Filósofo do Antropoceno, figura marcante do pensamento contemporâneo, o inglês diz não ser possível questionar a actualidade sem perceber que o vírus não pode ser dissociado dos problemas enraizados nas nossas relações e na forma como vivemos em conjunto com outras espécies. “A violência que infligimos ao planeta é a causa desta pandemia e outras por vir”, diz.

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Há seis anos, numa troca de correspondência com a cantora Björk, o filósofo Timothy Morton (Londres, 1968) escrevia a propósito de uma canção da islandesa, Vírus. “Gosto muito dessa canção. Estar vivo significa estar susceptível a vírus. E de uma forma mais geral, a vírus, padrões, flores, arte — tudo isso está longe de ser inútil, é parte intrínseca de se ser mesmo uma coisa.” Para ele está tudo interligado. Diferentes espécies de seres, incluindo os humanos, dependem uns dos outros.

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