Fátima sem peregrinos: “Deus também é silêncio”

Sem peregrinos e também sem direito a convidados, pela primeira vez desde 1917, as cerimónias do 13 de Maio em Fátima estão este ano reduzidas ao essencial. “Vai ser um nada que significa tudo”, relativiza um dos peregrinos ouvidos pelo PÚBLICO. E não, a interrupção da peregrinação não abrirá feridas perenes nesta tradição da religiosidade popular, segundo o historiador Fernando Rosas.

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Nélson Garrido
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Fernando Teixeira da Silva, 62 anos, da organização "Peregrinação a Pé - Movimento da Mensagem de Fátima", de Figueiró, Santiago, Amarante. Foi a Fátima 35 vezes, das quais 23 a pé Nélson Garrido
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As inscrições dos peregrinos para a caminhada são registadas nestas pastas cor-de-laranja Nélson Garrido
Rodovia de acesso controlado
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Uma das estradas que, à saída do Pombal, são percorridas pelos peregrinos rumo ao santuário Nélson Garrido
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José Pereira, 72 anos, do Centro de Acolhimento aos Peregrinos, da paróquia de Corim. Vai a pé a Fátima desde 1981 Nélson Garrido
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Centro de Acolhimento ao Peregrino da paróquia de Corim, em Rio Tinto. Nélson Garrido
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Centro de Acolhimento ao Peregrino da paróquia de Corim, em Rio Tinto. Nélson Garrido
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Paulo Sousa, 49 anos, vai várias por ano a Fátima a pé. A última foi em Fevereiro deste ano Nélson Garrido
Sinal de trânsito
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Porta do carro
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Sandra Silva, 37 anos, iria este ano a pé a Fátima pela quinta vez. Nélson Garrido
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Quase a chegar a Fátima, esta imagem é um ponto de referência importante para os peregrinos. Nélson Garrido
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Fernanda Silva, preparava-se para cumprir uma promessa na peregrinação deste ano Nélson Garrido
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Quase a chegar a Fátima, esta imagem é um ponto de referência importante para os peregrinos. Nélson Garrido
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Fernanda Silva, 60 anos, costuma partir de Figueiró, Santiago, de onde parte o grupo apoiado pela organização "Peregrinação a Pé - Movimento da Mensagem de Fátima" Nélson Garrido
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Desenho floral
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O padre Godofredo Silva começou a ir a pé a Fátima em 1946. Chegou a ser atropelado no percurso. nos últimos seis anos, faz a peregrinação por etapas. Nélson Garrido
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Unha
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Inês Costa, ao lado da mãe, costuma rezar o terço em comunidade, com recurso a plataformas como o zoom. Este ano, ia pela segunda vez. Nélson Garrido
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Há uma força que dispensa palavras nisto de se crer incondicionalmente que alguém ou alguma coisa estão prontos a amparar-nos quando falha o passo. Júlia, Almiro e Alfredo sabem-no bem, depois de tantos 13 de Maio a peregrinar até Fátima para, juntamente com tantos milhares de pessoas, acenderem uma vela na capela que evoca o momento em que três pastorinhos reclamaram ter visto a Virgem no cimo de uma azinheira. Este ano, pela primeira vez desde 1917, nenhum caminho vai dar a Fátima. O bispo de Leiria-Fátima, o cardeal António Marto, invocou um “grande sentido de responsabilidade” para, “com muita dor e tristeza de alma e coração”, anunciar que por causa da pandemia o Santuário de Fátima iria celebrar a peregrinação “sem a presença física de peregrinos”.

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