Covid-19: Espinho quer grades nas praias, vigilância por drones e bandeira de ocupação máxima

Medidas aguardam aprovação pela Agência Portuguesa do Ambiente.

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O concelho de Espinho tem oito quilómetros de orla costeira Adriano Miranda

O município de Espinho preparou um plano de utilização balnear que prevê divisão com grades das praias e vigilância por drone, revelou esta quinta-feira a autarquia, que também recomendou ao Governo a criação de uma bandeira indicativa de ocupação máxima.

No concelho do distrito de Aveiro, que conta com oito quilómetros de orla costeira distribuída por várias praias vigiadas e não-vigiadas, a câmara municipal definiu uma série de medidas destinadas a garantir o distanciamento imposto pela pandemia de covid-19, que aguardam agora aprovação pela Agência Portuguesa do Ambiente.

“Tudo será articulado com os concessionários, com a Autoridade Marítima e com o Instituto de Socorros a Náufragos, para que a permanência na praia possa ser o mais segura possível dentro das restrições a que estamos obrigados este ano”, diz à agência Lusa o presidente da autarquia, Joaquim Pinto Moreira.

No que se refere à divisão das diferentes concessões, através de grades, o objectivo é facilitar o controlo de entradas e saídas nos areais, aumentar a percepção de eventuais aglomerações em cada secção e melhorar a definição das áreas de responsabilidade dos vários concessionários, ajudando aos respectivos procedimentos de segurança e higiene.

Para reforçar a vigilância, a Câmara de Espinho também se propõe a recorrer a vigias transportados em motos 4x4 ou veículos similares, uma rede de rádio própria para as equipas de trabalho balnear e um drone a manobrar por dois pilotos, mediante uma escala de serviço diária.”Equipado com os acessórios adequados, um drone devidamente licenciado é uma opção de vigilância com baixo custo de investimento e operacionalidade, permitindo obter rapidamente uma ‘big picture' de toda a frente de praia, várias vezes ao dia, com meros intervalos para carregamento de bateria”, refere Pinto Moreira.

A comunicação com os cidadãos através de um altifalante incorporado, bem como a capacidade de “transmitir imagens em directo às salas de operações” são outras das vantagens do drone, apontadas pelo autarca social-democrata.

A autarquia está ainda a avaliar a possibilidade de instalar “um sistema de videovigilância equipado com software que permita avaliar em contínuo o número de pessoas na praia e o cumprimento do seu afastamento social, o que evita a dependência exclusiva da análise humana, sempre mais sujeita a erros de avaliação”.

Pinto Moreira também pretende ver criada “uma bandeira específica a hastear sempre que a praia atinja o limite da sua capacidade” - o que facilitará, por sua vez, o recurso a um eventual “dispositivo de alerta para evacuação da área em caso de incumprimento das regras de segurança”.

Quanto aos nadadores-salvadores, o presidente da câmara antecipa dificuldades na sua contratação e quer, por isso, mais flexibilidade na distribuição da equipa de assistência a banhistas, que provavelmente deixará de contar com 22 técnicos para toda a orla costeira do município e ficará limitada a 17.

“Deve colocar-se apenas um nadador-salvador nas concessões contíguas e manter-se dois nas praias isoladas, dado que muitos concessionários não terão capacidade financeira para suportar o dispositivo habitual e se prevê dificuldade em contratar novos técnicos, não só devido ao prolongamento do calendário escolar, mas também ao facto de este ano não se terem realizado quaisquer cursos para formação desses elementos, como é habitual e necessário”, explica o presidente da Câmara.

Para compensar a diminuição de nadadores salva-vidas, a autarquia irá alargar o horário de serviço dos mesmos, cuja permanência nas praias deixará de ser apenas entre as 10h e as 18h, para ser entre as 9h e as 19h.

Por esclarecer continua a situação da Piscina Solário Atlântico: “Para já, o Conselho de Ministros não permite a abertura de piscinas, mas, como a nossa é aberta ao ar livre e de água salgada, estamos a analisar a situação com a Autoridade Nacional de Saúde”.