Utentes de Loures queixam-se de oferta reduzida na Rodoviária de Lisboa
Os utentes sublinham que os operadores públicos de transportes “tomaram medidas no sentido de situar a sua oferta entre os 90% e os 100%”, mas que tal não se verificou nos operadores privados, nomeadamente na RL.
Utentes dos transportes públicos do concelho de Loures queixam-se de que a Rodoviária de Lisboa (RL) “não tomou nenhuma medida para reforçar a oferta”, mantendo uma redução nos serviços de mais de 60%, apesar do aumento da procura.
“A retoma de algumas actividades está neste momento a gerar um natural aumento da procura do transporte público por parte de quem retoma a sua actividade profissional presencial, agravando a pressão sobre a escassa oferta existente”, afirmam, num comunicado conjunto, as comissões de utentes dos transportes públicos de Sacavém, Camarate, Unhos e Apelação.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Rodoviária de Lisboa disse que a empresa “está a analisar a situação” e remeteu eventuais esclarecimentos para mais tarde.
Na nota, os utentes sublinham que os operadores públicos de transportes “tomaram medidas no sentido de situar a sua oferta entre os 90% e os 100%”, mas que tal não se verificou nos operadores privados, nomeadamente na RL, que iniciou esta semana “nos mesmos moldes da semana anterior”.
“A Rodoviária de Lisboa mantém-se em situação de lay-off e não tomou nenhuma medida de reforço da oferta, mantendo uma redução nos serviços de mais de 60%”, apontam.
No âmbito do plano de desconfinamento e do fim do estado de emergência, os transportes públicos iniciaram na segunda-feira várias alterações no seu funcionamento, entre elas a obrigatoriedade do uso de máscara e de circulação com lotação máxima de dois terços da sua capacidade.
“A RL continua a não cumprir em muitas carreiras e percursos as regras de lotação máxima de dois terços nas viaturas. Não existe informação nas viaturas sobre essas regras, nem indicação de como as cumprir, assim como não existe informação sobre os cuidados adicionais que estão a ser tomados no que respeita à higienização e desinfecção das viaturas”, queixam-se.
Nesse sentido, os utentes exigem que a RL reponha “a oferta de carreiras e horários suprimidos em meados de Abril, condição essencial para o cumprimento das regras de segurança sanitária sem colocar em causa o direito à mobilidade dos utentes”.
Além disso, pedem que as viaturas estejam equipadas à entrada com um dispensador de álcool gel ou solução desinfectante.
A RL anunciou no início de Abril que iria entrar em lay-off parcial, com redução das horas de trabalho de todos os colaboradores, mas assegurou que seriam mantidos os “serviços mínimos de mobilidade”, com “uma oferta de carreiras ajustada à procura que existe actualmente”.
Segundo a Rodoviária de Lisboa, a decisão de avançar para o regime de lay-off parcial tem como objectivo assegurar “a manutenção dos postos de trabalho de todos os colaboradores”, já que a quebra na procura dos serviços de transportes, na sequência das restrições de mobilidade associadas à pandemia de covid-19, resultou “numa drástica redução das receitas provenientes dos passes e dos bilhetes”.
O lay-off consiste na redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efectuada por iniciativa das instituições, durante um determinado tempo.