Corações ao alto, que reabrem os Jardins da Quinta das Lágrimas e seus amores
“Vede que fresca fonte rega as flores / Que lágrimas são a água e o nome amores”, diria Camões. Quase dois meses depois do encerramento, voltam a abrir-se a visitas os dez românticos hectares de Coimbra sob tutela da Fundação Inês de Castro. A partir de 8 de Maio.
Encerraram a 13 de Março, por causa do surto de covid-19, mas agora, com o desconfinamento a marcar a agenda nacional, já estão de volta: a partir de 8 de Maio, os Jardins da Quinta das Lágrimas, que rodeiam o hotel homónimo, reabrem ao público.
“As normas de segurança e de saúde recomendadas pelas autoridades estão asseguradas neste local com mais de sete séculos de história”, garante a Fundação Inês de Castro, gestora do espaço.
Os jardins reabrem às 15h de sexta-feira e passarão a ter o seguinte horário: de terça a domingo, das 10h às 19h.
E mais: “No grande anfiteatro ao ar livre (Colina de Camões) há espaço para receber pequenas reuniões, como piqueniques ou festas de aniversário, sempre respeitando o limite máximo de dez pessoas e com marcação prévia”.
“Nunca os jardins e as flores foram tão apreciados”, refere a presidente da fundação, Cristina Castel-Branco, no comunicado que anuncia a reabertura. A arquitecta paisagista e professora assinala que “aqueles que têm a sorte de ter um jardim, um terraço ou uma varanda puderam, nesta Primavera de confinamento e medo, sentir que o mundo das plantas vive o seu próprio ritmo, independente e cumpridor”.
Com a reabertura dos jardins no dia 8 de Maio, diz a responsável, talvez "depois deste Abril difícil e inesquecível possamos reconhecer as flores, os perfumes e os pássaros de Maio para nos ligarmos de novo à vida”.
São dez hectares para passear nesta antiga Quinta do Pombal, que remonta ao século XIV. Reza a história que foi a Rainha Santa Isabel que pediu que aqui se fizesse um canal para levar a água de duas nascentes até ao Mosteiro de Santa Clara.
Uma das nascentes é a Fonte dos Amores, com o canal Cano dos Amores (diz a lenda que as missivas entre D. Pedro e D. Inês de Castro seguiriam por aqui).
A outra é a Fonte das Lágrimas, cantada por Luís de Camões n’ Os Lusíadas: “Vede que fresca fonte rega as flores / Que lágrimas são a água e o nome amores”.
A história do jardim pode ser lida no site da fundação, ficando a saber-se que o jardim romântico data de finais do século XIX, repleto de espécies exóticas, incluindo porta e janela neogóticas e um anfiteatro, a Colina de Camões.