Sindicato da polícia pede dias de férias extra para compensar agentes

Presidente do SINAPOL diz ao PÚBLICO que muitos profissionais abdicaram de folgas para garantir segurança durante semanas em que vigorou o estado de emergência. “É uma forma de compensar o risco iminente de contágio” sofrido pelos agentes, justifica Armando Ferreira.

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Sindicato deixa dias de férias à consideração do ministro PAULO PIMENTA

O Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL) endereçou, esta segunda-feira, um requerimento ao ministro da Administração Interna um pedido de atribuição de dias de férias complementares aos agentes. Este documento, que o PÚBLICO consultou, pede a Eduardo Cabrita que conceda este descanso extra como “forma de retribuição” ao “sacrifício pessoal e profissional” feito pelos profissionais durante as semanas em que vigorou o estado de emergência.

Neste ofício não consta, todavia, o número de férias que o sindicato pede ao ministro. Em declarações ao PÚBLICO, o presidente do SINAPOL e o responsável que assina este documento, Armando Ferreira, diz que essa decisão partirá do próprio ministro.

“Quanto ao número de dias, deixamos à consideração do senhor ministro, que decida em consciência. Julgamos que não seria correcto avançarmos com um número”, explica Armando Ferreira, que considera que estes dias são também justificados pelo “risco iminente de contágio” de um vírus que, segundo os dados mais recentes do sindicato, infectou 140 agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP).

O presidente do SINAPOL diz ainda que, em muitos casos, os agentes tiveram de reforçar as horas de serviço e o número de dias de trabalho em contexto do estado de emergência: “Houve muitos colegas meus que viram as suas folgas suspensas ao fim-de-semana.”

Apesar de fazer um balanço positivo das operações policiais das semanas passadas em estado de emergência, Armando Ferreira faz questão de referir a “falta de condições” para os agentes na linha de frente. “No início, existia falta de protecção individual e estamos perante um cenário [estado de calamidade] em que não sabemos se vão ser fornecidas máscaras com a regularidade necessária para a protecção devida dos agentes. Ainda não temos as garantias necessárias para assegurar essa protecção.”

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