BPI muda de líder: João Pedro Oliveira e Costa será o novo CEO
O espanhol Pablo Forero reforma-se e será substituído por actual vogal da comissão executiva.
O BPI vai mudar de liderança. O presidente da comissão executiva, o gestor espanhol Pablo Forero, decidiu sair no final do mandato, levando à subida do gestor João Pedro Oliveira e Costa como novo presidente-executivo (CEO).
As mudanças no banco detido pelo grupo espanhol CaixaBank foram anunciadas na manhã desta segunda-feira pelo banco num comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Ao regulador do mercado, a instituição financeira refere que Forero, de 64 anos, informou o conselho de administração da “sua decisão de se reformar no final do seu mandato”. Estava na liderança há cerca de três anos.
O conselho de administração “decidiu indigitar para o mandato 2020-2022, em substituição do senhor Pablo Forero, o dr. João Pedro Oliveira e Costa, 54 anos, actual vogal do conselho de administração e da comissão executiva”.
Oliveira e Costa é administrador desde 2007, depois de ter sido director central na instituição. Tem responsabilidades como administrador do BPI Suisse e é administrador não-executivo da seguradora Allianz Portugal.
Licenciado em gestão de empresas pela Universidade Católica, iniciou a carreira no BCP na área de gestão e activos, onde esteve durante dois anos. No grupo BPI está em funções de direcção há cerca de 30 anos. Foi director da área de private banking (de 1991 a 2000), depois director-central (de 2000 a 2014) e membro da comissão executiva do BPI Investimento (de 2007 a 2017).
Está na comissão executiva do banco desde 2014, quando a instituição era ainda liderado por Fernando Ulrich, com “responsabilidade pelas áreas de negócio de particulares, premier, private banking e negócios”, refere a sua nota curricular enviada pelo banco às redacções.
A mesma nota indica, a título de curiosidade, que João Oliveira e Costa é “praticante de diversos desportos, alguns como federado e desde muito novo, destacando-se o rugby, o golfe e vários desportos náuticos”.
A eleição do presidente indigitado “só se concretizará depois da necessária aprovação das autoridades de supervisão”, refere o banco no mesmo comunicado.
Com a crise desencadeada pela pandemia de covid-19, o BPI recuou na decisão de entregar ao seu accionista, o CaixaBank, 117 milhões de euros de dividendos relativos ao exercício de 2019, acabando por seguir os outros concorrentes, e as recentes orientações do Banco de Portugal.
Como o PÚBLICO revelou, o supervisor manteve um braço de ferro com o banco liderado por Forero, que estava isolado na sua intenção de manter a distribuição dos lucros, apesar das recomendações das autoridades europeias para que os bancos não o façam.