Marcelo pede apoio “transparente e não discriminatório” do Estado à comunicação social

O Presidente diz que “devemos combater o discurso antimediático”, que “só semeia confusão e alimenta populismos”. Uma mensagem publicada no Dia Mundial da Liberdade de Imprensa.

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Marcelo Rebelo de Sousa no 30.º aniversário do PÚBLICO FRANCISCO ROMãO PEREIRA/Arquivo

O Presidente da República renovou este domingo o apelo para que o Estado apoie a comunicação social, considerando que deve fazê-lo “de forma transparente e não discriminatória”, num momento em que se agravou a crise neste sector.

Marcelo Rebelo de Sousa divulgou esta mensagem no site da Presidência da República, numa nota em que assinala o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, e na qual afirma que, “sem informação livre e plural, não há democracia”.

O chefe de Estado, que entre segunda e terça-feira irá receber presidentes executivos dos principais órgãos portugueses de comunicação social, refere nesta nota que “a conjuntura veio acentuar uma crise que este sector já vivia”, e para o qual alertou anteriormente.

Depois, assinala que a Constituição da República Portuguesa não só estabelece que “é garantida a liberdade de imprensa”, como determina que “o Estado assegura a liberdade e a independência dos órgãos de comunicação social perante o poder político e o poder económico”.

“Por isso, neste dia quero sublinhar que, em nome do pluralismo e da liberdade de imprensa, o Estado pode e deve estar atento e apoiar a sustentabilidade dos media de forma transparente e não discriminatória; assim como salientar que todos os que defendemos a liberdade e a democracia devemos combater o discurso antimediático levado a cabo por tantos, incluindo responsáveis políticos de nível mundial, e que só semeia confusão e alimenta populismos”, acrescenta.

Marcelo Rebelo de Sousa argumenta que “uma informação transparente e de confiança é necessária para construir instituições justas e imparciais, construir relações de confiança entre eleitos e eleitores, fiscalizar os poderes e manter uma sociedade esclarecida, plural e vigilante”.

“Nos dias que vivemos de combate à pandemia de covid-19, espero que tenhamos percebido isso de forma ainda mais premente. Hoje em dia, de facto, há muitas formas de espalhar e partilhar informação, muitas vezes falsa ou, pelo menos, não segura, pelo que se tornou ainda mais importante termos órgãos de informação jornalística livres, seguros e confiáveis”, considera.

O Presidente da República realça que, “por isso também” fez questão de que, “em todos os decretos de estado de emergência, não houvesse qualquer restrição à liberdade de informar e de estar informado”.

Marcelo Rebelo de Sousa lamenta que os órgãos de comunicação social que têm permitido aos portugueses “estar bem informados” estejam no actual contexto “a ser vítimas da crise económica associada à crise sanitária”, e adverte que “muitos enfrentam já limites ao seu funcionamento”. “Sem órgãos de informação livres, plurais e transparentes e sem respeito por essa liberdade não há democracia inteira e completa”, reforça.

No dia 30 de abril, o Governo aprovou um decreto-lei que estabelece um regime excecional e temporário para a compra antecipada pelo Estado de publicidade institucional, no montante de 15 milhões de euros, para ajudar o sector da comunicação social, face ao impacto da pandemia. Esta medida, que não abrange a RTP nem a agência Lusa.