Dr. Lonnie Smith: “Tocar na Europa é diferente. É como se ouvissem a música pela primeira vez, é bonito de se ver”
Está tudo na cabeça dele: o jazz, o órgão, a espiritualidade, a curiosidade e o interesse pelas novas gerações. All In My Mind, disco de Dr. Lonnie Smith gravado ao vivo em 2017, acaba de ser reeditado pela Blue Note na colecção de luxo Tone Poet Series.
Dias antes da entrevista ao Ípsilon, a agente de Dr. Lonnie Smith (n. 1942, EUA) pede-nos, educadamente, duas coisas. A primeira é a de que não perguntemos ao músico americano pelo turbante que, pelo menos desde 1976 (ano em que aparece com ele na capa de Keep On Lovin’), depois das boinas e chapéus visíveis nas capas dos discos anteriores, constitui uma das suas irresistíveis imagens de marca (e do enorme charme da sua figura). A segunda, a de que não o questionemos sobre o “Dr.” que prefixa o seu nome (no sentido de doctor up a música, i.é, aperfeiçoá-la, elevá-la a um patamar superior) e que, curiosamente, surgiu pela primeira vez na sua discografia a solo num álbum chamado… The Turbanator (2000). Depois disso, conta-nos como, por estes pandémicos dias que tantas figuras do jazz têm vitimado (Ellis Marsalis, Manu Dibango, Lee Konitz, Wallace Roney, Bucky Pizzarelli), Lonnie Smith, lenda viva do jazz (particularmente do “soul-jazz”) e mestre do órgão num tempo em que ele não está, de todo, na berra, tem de ficar, por via de uma doença pulmonar que já o havia atacado antes do vírus chegar, particularmente recolhido — por isso, diz-nos, irá mais cedo até sua casa, na Flórida, para se assegurar de que o músico não se encontra a dormir.
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