A austeridade nunca existiu
O ministro da Economia segue os passos precisos do sr. Vítor Gaspar, quando anunciou, com trombones, um “enorme aumento” de impostos, a que se seguiram reduções de salários.
O ministro Pedro Siza Vieira, com ar de quem acabou de descobrir a teoria da relatividade, decidiu informar o país de que “as despesas do Estado hoje são impostos amanhã”. A descoberta não é original. Já foi repetida e aplicada até à exaustão por milhares de almas, ao longo de séculos. Impostos e empréstimos externos são os centros de musculação do nosso Estado. Lembramo-nos, com compaixão, daquele empréstimo externo que só acabou de ser pago 100 anos depois, no consulado do sr. António Guterres. O que o sr. Siza Vieira vem dizer é que, no horizonte próximo, vamos ter mais endividamento, mais défice e, portanto, os gansos (os contribuintes) vão ser mais depenados. Apesar de já não terem penas. O Estado vai ter de fazer arroz de ganso só com o aroma artificial deste. Ou, então, terá de abrir, influenciado por Sidónio Pais, uma rede de sopa dos pobres por todo o país.
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