Futebolistas denotam ansiedade e depressão, revela estudo da FIFPro
Organismo defende que os jogadores não devem ser pressionados para voltarem ao activo.
Os futebolistas têm revelado crescentes sintomas de depressão desde a interrupção das competições devido à pandemia da covid-19, mas reatá-las sem segurança será ainda pior, afirma a Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro).
“Se pressionarmos os jogadores para trazê-los de volta a um ambiente em que eles possam sentir que a sua segurança está em risco, isso aumentará a ansiedade e preocupação”, avisa Jonas Baer-Hoffmann, secretário geral da FIFPro.
Para o organismo, que fala em sintomas como falta de interesse, apetite, energia e baixa auto-estima, a preocupação com a saúde mental dos jogadores não deve ser usada como argumento para a retoma das competições o mais rápido possível.
O estudo foi conduzido entre 22 de Março e 14 de Abril, junto de 1.602 atletas - 1.134 homens com média etária de 26 anos e 468 mulheres com média de 23 -, a competirem em 16 países nos quais foram adoptadas “medidas drásticas” para conter a propagação do novo coronavírus, casos de Inglaterra, França, Suíça, África do Sul ou Estados Unidos.
As conclusões dizem que “22% dos jogadores e 13% das jogadoras relataram sintomas compatíveis com o diagnóstico de depressão”, enquanto um estado de “ansiedade generalizada” foi relatado por 18% dos homens e 16% das mulheres.
“A percentagem de futebolistas que relatam sintomas foi significativamente maior entre os que estão preocupados com o futuro na indústria do futebol”, acrescenta a FIFPro, que teve como parceiro na pesquisa o Hospital Universitário de Amesterdão.
Quase 80% dos atletas relataram ter acesso a recursos e apoio suficientes para garantir a saúde mental, geralmente através das associações nacionais de futebolistas.
Em Portugal, o Sindicado dos Jogadores de futebol criou uma linha de apoio, através do número 933009590, para quem sente “ansiedade, medo ou angústia devido ao isolamento social”.