Covid-19: pais de escolas de Loures lançam campanha para compra de computadores

Uma das promotoras desta iniciativa referiu que 10% dos alunos que estudam neste agrupamento não têm acesso a um computador e 3% não tem acesso a qualquer meio, nem à internet.

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paulo pimenta

As associações de pais da freguesia da Portela e Moscavide, no concelho de Loures, estão a tentar angariar 12 mil euros para adquirir equipamentos informáticos que permitam aos alunos acompanhar as actividades lectivas pela internet, foi divulgado nesta quarta-feira.

O Agrupamento de escolas da Portela e Moscavide é composto por cinco estabelecimentos de ensino, onde estudam 2.559 alunos.

Em declarações à agência Lusa, Carla Travessa, uma das promotoras desta iniciativa, referiu que 10% dos alunos que estudam neste agrupamento não têm acesso a um computador e 3% não tem acesso a qualquer meio, nem à internet.

“Olhamos [encarregados de educação] para estes números e entendemos que não nos podíamos resignar. É justo que todos os alunos tenham acesso à internet para acompanhar as aulas e manter o contacto com os colegas e professores”, justifica.

Nesse sentido, Carla Travessa, que é também presidente da associação de pais da Escola Secundária da Portela, explica que o objectivo é que se consiga angariar cerca de 12 mil euros, garantindo que, pelo menos, os 3% de alunos que nada têm (cerca de 80) possam ter acesso a estes equipamentos. “Acreditamos que é possível dentro da nossa comunidade conseguir angariar essa verba e adquirir computadores, tablets e smartphones com acesso à internet”, apontou.

Carla Travessa ressalva que a intenção é que os proprietários dos equipamentos sejam as escolas, que, por sua vez, os emprestarão aos alunos. “Isso garante uma solução que ficará disponível para o futuro e poderá beneficiar ainda mais alunos”, argumentou.

A campanha de angariação foi lançada na terça-feira e contou já com o apoio de 33 pessoas, o que representa 13% da verba pretendida.

Na semana passada o Governo português aprovou um decreto-lei com medidas excepcionais na área da educação, em tempo de pandemia, mantendo suspensas as actividades lectivas presenciais nas escolas para os ensinos básico e secundário.