BE apela ao “chumbo” dos dividendos na Galp

“É importante que o Governo dê instruções claras aos seus representantes” na assembleia-geral da Galp “para que chumbem a distribuição de dividendos” e para defenderem “a reintegração dos trabalhadores precários que entretanto foram despedidos”, avisa Catarina Martins.

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LUSA/ANTÓNIO COTRIM

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, defendeu esta segunda-feira que o Governo deve dar “instruções claras” aos representantes do Estado na Assembleia Geral da Galp para que chumbem a distribuição de dividendos em análise na reunião de 24 de Abril.

No vídeo “País Ligado” - a forma de comunicação diária de Catarina Martins nos canais do BE - a líder bloquista referiu que a Galp reúne a sua Assembleia Geral accionista no dia 24 de Abril e que “na ordem de trabalhos está a decisão sobre a distribuição de dividendos”.

“A mesma empresa que, segundo denúncia do sindicato, despediu mais de 80 trabalhadores precários só em Sines, prepara-se agora para distribuir mais de 300 milhões de euros em dividendos aos seus accionistas”, condena.

O Estado português, recorda Catarina Martins, “tem uma participação na empresa” e sendo “certo que não tem o controlo da Galp, estará representado na Assembleia Geral de accionistas”.

“É importante que o Governo dê instruções claras aos seus representantes nesta assembleia para que chumbem a distribuição de dividendos e defendam a reintegração dos trabalhadores precários que entretanto foram despedidos”, apela.

A coordenadora do BE lamenta ainda que a proposta do partido para a proibição de distribuição de dividendos tenha sido chumbada no parlamento na semana passada por “PS, PSD e restante direita”.

“Foi um erro, mas um erro que ainda pode ser corrigido e pode começar a ser corrigido já, na Galp”, aponta.

Para Catarina Martins, “a decisão sobre a distribuição de dividendos na Galp como noutras empresas não é um assunto de pormenor” uma vez que marca a forma como se responde à crise provocada pela pandemia da covid-19.

“Porque se é certo que nestes momentos há sacrifícios, é inaceitável que os trabalhadores paguem para que os accionistas lucrem com a crise”, critica.