Covid-19: Câmara de Mafra prorroga concurso para projecto do Museu da Música

Presidente da Câmara de Mafra justifica segunda prorrogação com o encerramento dos gabinetes de arquitectura, devido à pandemia.

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O Museu Nacional da Música está actualmente instalado na estação de Metropolitano do Alto dos Moinhos, em Lisboa daniel rocha

A Câmara Municipal de Mafra prorrogou pela segunda vez, agora devido à pandemia de covid-19, o concurso para a elaboração do projecto de instalação do Museu da Música no Palácio Nacional, atrasando as obras, anunciou esta segunda-feira o seu presidente.

Em Novembro, o município tinha lançado concurso para a elaboração do projecto, mas veio a prorrogá-lo um mês depois. O concurso voltou agora a ser prorrogado, de acordo com o aviso publicado esta manhã em Diário da República.

“A primeira prorrogação teve a ver com ajustes técnicos de adequação do projecto ao local e a segunda decorre da pandemia, por os gabinetes de arquitectura se encontrarem encerrados”, justificou o presidente da câmara, Hélder Sousa Silva, à agência Lusa.

Questionado sobre se se mantém o lançamento do concurso para as obras de adaptação até ao final deste primeiro semestre, o autarca disse que está afastada essa hipótese, motivo pelo qual as obras vão atrasar-se, estimou.

Em Fevereiro, a ministra da Cultura, Graça Fonseca, previa lançar concurso para as obras de execução do projecto, estimadas em dois milhões de euros, ainda “durante este primeiro semestre”. “Estamos na fase final do caderno de encargos e durante este primeiro semestre será lançado o concurso”, disse então à agência Lusa.

O Museu Nacional da Música, actualmente instalado na estação de Metropolitano do Alto dos Moinhos, em Lisboa, tem uma das mais ricas colecções da Europa de instrumentos musicais, com um acervo composto por mil instrumentos dos séculos XVI ao XX, de tradição erudita e popular. Fazem também parte do museu vários espólios documentais, e colecções fonográficas e iconográficas.

Entre os instrumentos da sua colecção que estão classificados como Tesouro Nacional encontram-se os cravos Taskin, de 1782, recentemente restaurado, e o Antunes, de 1758. O piano Boisselot, que o compositor e pianista Franz Liszt trouxe a Lisboa, em 1845, e o violoncelo de Antonio Stradivari, que pertenceu ao rei D. Luís, são outros tesouros do museu. O violoncelo de Henry Lockey Hill, de Guilhermina Suggia, os violinos e violoncelos de Joaquim José Galrão, os clavicórdios setecentistas das oficinas lisboetas e portuenses são também destaques da colecção, assim como os raros cornes ingleses Grenser e Grundman & Floth, do final do século XVIII, e as flautas de Ernesto Frederico Haupt, de meados do século XIX, que são exemplares únicos.