Vinte rádios transmitem o instrumental Sleep, de Max Richter, com mais de oito horas
A peça do compositor alemão publicada em 2015 será transmitida por algumas das estações de rádio que integram a União Europeia de Radiodifusão.
A peça instrumental Sleep, do compositor Max Richter, com mais de oito horas de duração, vai ser transmitida em simultâneo, entre sábado e segunda-feira, em estações de rádio de 20 países, anunciou o músico.
“Há cinco anos escrevi Sleep como um convite para fazer uma pausa nas nossas vidas tão preenchidas. Agora enfrentamos uma inesperada e indesejada paragem [por causa da pandemia da covid-19]. Não é fácil a adaptação a esta nova normalidade, que diariamente comporta ansiedade e sofrimento”, afirma Max Richter na página oficial.
Por isso, o músico fez uma parceria com 17 estações de rádio, que integram a União Europeia de Radiodifusão (EBU), e outras estações dos Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia, para uma transmissão colectiva daquela composição durante o fim-de-semana da Páscoa.
Assim, a composição instrumental será transmitida durante os períodos da noite e madrugada, entre sábado e segunda-feira, coincidindo assim com o tempo de sono dos ouvintes, em rádios como a BBC Radio 3 (Reino Unido), a RAI Radio 3 (Itália), a France Musique (França) ou a LRT Klasika (Lituânia).
Apesar de pertencer à EBU, a Antena 2 não irá transmitir a composição, como explicou à agência Lusa o director da estação pública, João Almeida.
A gravação que será transmitida nas estações de rádio foi feita em 2015 para a BBC, com Max Richter (piano, sintetizadores) acompanhado de um pequeno ensemble, com a soprano Gace Davidson e os instrumentistas Natália Bonner, Stebe Morris (violino), Reiad Chibah (viola), Ian Burdge e Chris Worsey (violoncelo).
Holanda, Espanha, Dinamarca e Bélgica são outros países que irão transmitir a composição.
Sleep, com oito horas e vinte e quatro minutos de duração, foi editado em álbum pela Deutsche Grammophon em 2015 e apresentado por Max Richter como uma canção de embalar, “um manifesto para uma existência mais vagarosa”.