Há um antes e um depois de Ozu?

A publicação da biografia de Yasujiro Ozu estava em plena campanha de crowdfunding quando houve o embate do coronavírus. O Ípsilon foi ver o que se passa no nicho pequeno mas irredutível da edição de livros sobre cinema que tem visto assinalável crescimento no nosso país.

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Esta é uma área onde o objecto físico tem uma importância significativa. A cinefilia é uma “paixão” muito virada para o objecto físico

Viagem a Tóquio (1953) é um dos filmes maiores da história do cinema. Nos últimos anos, as estreias e lançamentos em DVD da Leopardo Filmes deram ao seu autor o estatuto em Portugal que a sua escassa divulgação fora do circuito cinéfilo, até aqui, não tinha conseguido. Sim, Yasujiro Ozu (1903-1963) é um dos grandes mestres, ao mesmo nível de um Hitchcock, de um Ford, de um Godard. Mas foi preciso que Daniel Pereira, jovem produtor de cinema, recorresse ao crowdfunding para publicar em português a biografia definitiva de Yasujiro Ozu, Ozu: His Life and Films, editada em 1974 pelo americano Donald Richie (1924-2013), talvez o maior especialista ocidental sobre o cinema e a cultura japonesas.

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