Forças Armadas desinfectam, montam tendas e camas, transportam e dão alimentos

Do IPO do Porto às administrações regionais de saúde, dos hospitais aos centros de saúde, da Protecção Civil aos serviços prisionais e aos lares, as Forças Armadas recriam a sua missão de apoiar os portugueses.

Foto
Militares prestam ajuda à população Rui Gaudencio

Desde a declaração do estado de emergência, os militares das Forças Armadas passaram a envergar camuflados e a serem requeridos para as mais variadas acções de apoio ao combate ao novo coronavírus.

Entre 14 e 29 de Março, este domingo, segundo os números do Ministério da Defesa, especialistas desinfectaram dois lares de idosos, da Santa Casa da Misericórdia de Resende e da Nossa Senhora das Dores, em Vila Real, onde o vírus infectou utentes e funcionários daquelas instituições. Colaboraram com câmaras municipais na distribuição de alimentos em Lisboa aos sem-abrigo, como ocorreu com os soldados do Exército de Queluz. Montaram 49 tendas junto a centros de saúde, de norte a sul do país. Reforçaram a capacidade de oferta de hospitais com a montagem de um total de 387 camas e 49 tendas.

Percorreram também a geografia das urgências colaborando com as mais diversas entidades. Da Direcção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais onde, na zona do Hospital Prisão de Caxias, montaram duas tendas, à câmara da capital onde, em terrenos da cidade universitária, adaptaram um hospital de campanha com 140 camas junto ao Hospital de Santa Maria.

Também reforçaram a capacidade dos pólos da Cruz Vermelha de Macedo de Cavaleiros e de Mogadouro, com a montagem de uma tenda adicional em cada uma daquelas localidades. E apoiaram o Instituto Português de Oncologia do Porto com quatro tendas, bem como a Administração Regional de Saúde do Norte através do transporte de doações.

No mapa de Portugal, os pontos em que as Forças Armadas participaram no combate à covid-19 são tantos que lembram o despontar de cogumelos. À Administração Regional de Saúde do Centro, em Coimbra, por três vezes colunas militares procederam a transporte de doações e material.

Os militares montaram, por exemplo, 50 camas a pedido da Câmara de Arganil, outras 60 para a Protecção Civil das Caldas da Rainha, mais 40 por solicitação da Protecção Civil de São Pedro do Sul.

Não houve instituição ou entidade que ficasse à margem. Ao SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) foi facilitada uma tenda para apoiar no controlo fronteiriço rodoviário entre Espanha e Portugal, em Castro Marim. Também foi facultado alojamento à Protecção Civil de Lagos ou ao Serviço Regional de Protecção Civil da Madeira.

No apoio às regiões insulares, com o tráfego aéreo muito limitado ou cortado com o continente, a Força Aérea Portuguesa fez três missões de transporte de material diverso, entre o qual medicamentos e material protector para os profissionais de saúde. No hospital de Ponta Delgada foi montada uma tenda e no hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, outra tenda e mais oito camas. A Marinha, no passado fim-de-semana, participou também, em Lisboa, junto ao Cais do Sodré, na distribuição de duas refeições aos sem-abrigo. 

E, por fim, existe a retaguarda de camas dos hospitais das Forças Armadas do Porto e de Lisboa bem como a reabilitação em curso, junto a Belém, de uma antiga unidade de saúde militar. O primeiro-ministro visitou as obras (que devem durar dias a três semanas) deste antigo Hospital Militar de Belém, na Ajuda, na segunda-feira.

Sugerir correcção
Comentar