Junta do Porto desafia restaurantes a cozinhar para os mais carenciados
Junta de freguesia do centro histórico apoiava 70 famílias e agora auxilia 200. Mas capacidade começa a esgotar. Autarca fez apelo a empresários, supermercados e população
O presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, António Fonseca, apelou esta segunda-feira à doação de bens alimentares e desafiou os restaurantes a reabrir cozinhas para confeccionar refeições para as famílias mais carenciadas. Face ao aumento do número de pedidos de ajuda que nas últimas semanas tem chegado àquela união de freguesias, o autarca dirigiu hoje um email a vários grupos empresariais e supermercados apelando à doação de bens.
“O vosso apoio, nomeadamente através de produtos em condições de consumo, mas que não obedecem a todas as condições de comercialização, é da maior importância neste período de crise por causa da pandemia do coronavírus”, lê-se na missiva.
Em declarações à Lusa, António Fonseca sublinha que a resposta começa a escassear e até o Banco Alimentar começa a enfrentar dificuldades. Desde que foi decretado o Estado de Emergência, no dia 18 de Março, o número de famílias apoiadas pela junta passou de 70 para 200. “Esta é uma situação que nos preocupa muito a curto prazo”, assinalou o autarca que salientou que a junta teme não conseguir dar resposta a todos os pedidos de ajuda.
António Fonseca apela também aos cidadãos que possam contribuir com bens alimentares que o façam ou entregando os mesmo na junta ou solicitando que a sua recolha. “Temos condições para armazenar esses produtos”, assegurou, salientando que a situação de emergência social é de tal ordem que foi necessário já recorrer a outras instituições da cidade para garantir que apoio alimentar é mantido. “Se isto é assim e passaram nem 15 dias desde que foi decretado o estado de emergência, o que será daqui para a frente se o isolamento se prolongar até Maio”, questionou.
O autarca deixou ainda um apelo aos restaurantes da cidade que encerraram portas por conta da pandemia de covid-19, para que se disponibilizem para confeccionar refeições, garantindo a junta, caso necessário, a compra de todos os bens alimentares necessários à confecção das mesmas.