Coronavírus: Portugal com 5962 casos confirmados e 119 mortes

Boletim deste domingo da Direcção-Geral da Saúde não contabiliza a morte de um jovem de 14 anos que estava infectado pelo novo coronavírus. Taxa de letalidade total da doença está agora nos 2%.

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Nélson Garrido

Portugal tem 5962 casos confirmados e 119 mortes provocados por covid-19. O boletim deste domingo da Direcção-Geral da Saúde (DGS) ainda não contabiliza a morte de um jovem de 14 anos que estava infectado pelo novo coronavírus e que faleceu no Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira. A taxa de letalidade total da doença está agora nos 2% e na faixa etária acima dos 70 anos é de 8,1%.

“Gostava de dar desde já uma nota sobre o falecimento, de que tomámos conhecimento há pouco tempo, de um menino de 14 anos no Hospital de São Sebastião, em Santa Maria da Feira. Trata-se de um caso cuja causa de óbito está ainda em investigação. Era, contudo, um caso de doente covid-19 e é um caso que face ao momento em que ocorreu o óbito não está reflectivo neste boletim”, explicou a ministra da Saúde Marta Temido na conferência de imprensa.

Também a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, explicou que “esta criança tem uma situação complexa do seu estado clínico habitual e do seu estado agudo, ou seja do que aconteceu nas ultimas 24 horas”. “Apesar de ter um teste que diz que é covid positivo, a sintomatologia com que foi admitida no hospital pode indiciar outro tipo de patologia. Temos de ter aqui muita reserva e muito cuidado na análise desta situação.”

Graça Freitas salientou que o facto de ter sido infectado pelo novo coronavírus, “não impede de ter outras situações igualmente graves e infecciosas” e que estão a ser investigadas. A criança tinha igualmente “um quadro de base que podia levar a alguma imunossupressão”, situação que pode agravar o contexto de uma infecção. “É uma situação que tem de ser vista com muita cautela do ponto de vista clínico, até podermos tomar qualquer conclusão sobre o que de facto aconteceu nas últimas 24 horas que antecederam o desfecho”, reforçou a directora-geral da Saúde.

Mais doentes internados e em cuidados intensivos

Desde o dia 2 de Março, data em que se confirmaram os dois primeiros casos positivos em Portugal, que o país contabiliza 38.042 casos suspeitos, dos quais 5962 são positivos. São mais 792 casos do que no sábado, o que representa “um crescimento de 15%”, disse a ministra da Saúde, que também fez um balanço das mortes registadas no boletim. Os 119 casos óbitos traduzem-se num acréscimo de 19 mortes em relação ao dia anterior.

“Os óbitos de acordo com este relatório eram 119, o que significa que estamos neste momento com uma taxa de letalidade pela covid-19 de 2%, portanto ligeiramente superior à ultima referida. E a taxa de letalidade nas pessoas com mais de 70 anos está situada nos 8,1%”, explicou Marta Temido. De acordo com o relatório, somam-se 97 mortes de pessoas com idade igual ou acima dos 70, o que representa 81,5% dos óbitos totais. Óbitos acima dos 80 anos são 70.

De acordo com o relatório há 486 doentes internados (mais 68 do que no dia anterior) e 138 em unidades de cuidados intensivos, mais 49 que na véspera. “Gostava de sublinhar que do total de casos confirmados de covid-19, temos 89% de doentes em casa”, disse ainda a ministra. Sobre os casos recuperados, que se mantêm inalterados nos 43, Marta Temido admitiu que os registos podem “estar a ser enviesados por algum atraso temporal”.

Marta Temido voltou a dizer que, de acordo com a informação disponível, “incidência máxima da infecção ocorrerá no final de Maio”, mas fez questão de sublinhar que a “estimativa é actualizada diariamente e reflecte os impactos das medidas tomadas pelo Governo e do comportamento de cada um de nós”. “Continuamos a estimar um número muito elevado de infecção e precisamos da acção de todos para diminuir o número de infectados e de vítimas”, apelou.

"É preciso interiorizar que isto não é coisa de uma quinzena, de dois ou três meses, até haver uma vacina esta situação vai durar meses”, reforçou a directora-geral da Saúde.

Casos crescem a Norte

O boletim da DGS continua a mostrar que é a Norte que estão a maioria dos casos de infectados e que é nesta região que os positivos mais têm crescido. Este domingo estavam registados 3550 positivos, mais 515 que no sábado. É um acréscimo de 16,9%. Foi também nesta região que o número de mortes também mais cresceu, comparando os novos dados com os que foram disponibilizados na véspera. Segundo o relatório, na região Norte regista-se agora 61 óbitos, mais 17 que no dia anterior (mais 38,6%).

A região de Lisboa e Vale do Tejo tem agora 1478 casos positivos, mais 191 que no sábado (mais 14,8%), e 28 mortes (mais uma que na véspera). O mesmo número de óbitos contabilizados pela região Centro, que em relação ao boletim de sábado não sofreu alteração neste campo. Quando a casos positivos, regista 709: mais 62, o que se traduz num acréscimo de 9,5%.

O Algarve com 108 casos (mais dois) tem duas mortes, mais uma que no sábado. O Alentejo, Madeira e Açores continuam sem óbitos a registar. Mas os casos confirmados continuam a subir. O Alentejo tem mais sete casos e soma agora 41 infectados, enquanto a Madeira tem 43 (mais 12 casos) e os Açores 33 casos (mais três).

Quanto à caracterização dos casos positivos por concelhos, Lisboa manteve-se no topo da lista, com 594 casos. São mais 228, o que significa um acréscimo de 62,2%. O Porto está no segundo lugar com 417 casos (mais 74, o que representa um aumento de 21,5%) e em terceiro Vila Nova de Gaia, com 351 positivos (mais 89, o que se traduz numa subida de 33,9%). Maia (296), Matosinhos (254), Gondomar (242), Braga (208), Coimbra (199), Valongo (184) e Ovar (159) perfazem a lista dos dez concelhos com mais positivos registados.

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