Somos um país desenvolvido
As coisas ainda vão piorar antes de melhorarem. Haverá um momento em que exigiremos mais e mais aos outros e menos a nós próprios. O apoio ao primeiro-ministro e ao Governo não vai manter-se aos níveis actuais. Esse é precisamente o teste que lhe cabe vencer.
1. Perdemos a noção do tempo. Não sabemos literalmente o que acontecerá amanhã. A crise pandémica no nosso país tem um mês. Parece-nos que se prolonga há uma eternidade. Vivemos num filme de ficção do qual nunca pensámos vir a ser actores. Ainda confiamos em quem tem como função liderar a resposta a esta tremenda crise. No Governo, nas instituições, no SNS, no supermercado, na farmácia. Temos consciência de que as coisas vão piorar. Quando o número de vítimas mortais já não for de 100, mas de 500. Quando a pandemia atingir níveis de infectados muito mais altos. Quando o confinamento se prolongar por meses. Manteremos a boa vontade e a disciplina? Continuaremos a confiar em quem nos tem de governar através desta tempestade? Manteremos a nossa humanidade? Não temos a resposta. Vivemos um dia de cada vez. Precisamos de ter consciência de que nos outros países europeus, no resto do mundo, rico ou pobre, as pessoas vivem a mesma circunstância. Muitas delas em mil vezes piores condições.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.