Trump admite a hipótese de pôr Nova Iorque de quarentena
Os números de infecções nos EUA continuam a crescer, e a cidade que nunca dorme é o ponto mais negro da pandemia. O Presidente poderá impor um cordão sanitário.
Nova Iorque tem nesse sábado 52.318 infecções diagnosticadas do novo coronavírus, cerca de metade dos casos nos Estados Unidos, e 728 óbitos. O Presidente Donald Trump diz estar a pensar impor quarentena obrigatória durante duas semanas a Nova Iorque, Nova Jérsia e algumas partes do Connecticut.
O governador de Nova Iorque, o democrata Andrew Cuomo, disse, no entanto, que o Presidente não lhe comunicou nada disto. O Presidente mencionou a necessidade de impor restrições a viagens dentro do território dos EUA, porque muitos nova-iorquinos têm fugido da cidade para a Florida e “não queremos isso”, afirmou. Mas quando interrogado sobre restrições dentro da própria cidade e uma possibilidade de encerrar o Metropolitano de Nova Iorque, afastou essa ideia.
O Presidente Trump deu o seu aval à declaração de desastre em vários estados e territórios norte-americanos. Os últimos foram o Michigan e o Massachusetts, mas a lista inclui ainda Carolina do Sul, Missouri, Maryland, Illinois, Nova Jérsia, Carolina do Norte, Texas, Florida, Louisiana, Iowa, Califórnia, Washington e Nova Iorque. Os territórios de Guam e Porto Rico também o declararam.
“Podemos chegar a um ponto em que teremos de encerrar os parques infantis”, admitiu o governador Andrew Cuomo.
O que Cuomo anunciou neste sábado foi o adiamento das eleições primárias democratas no estado de Nova Iorque. Estavam marcadas para 28 de Abril, mas a nova data será 23 de Junho.
Na segunda-feira deverá chegar a Nova Iorque um navio hospital da Marinha norte-americana, com capacidade para internar mil pessoas, que ajudará a suprir a necessidade de camas, anunciou o governador. Mas o número de hospitalizações baixou de 1154 na quinta-feira para 847 na sexta, adiantou. Cerca de 233 milhões de norte-americanos estão sob ordens para ficar em casa, numa tentativa de conter a progressão do novo coronavírus.
Só que a luta contra a covid-19 tornou-se cada vez mais difícil. Os ventiladores, as máquinas fundamentais para assegurar a respiração dos doentes mais graves, que deixam de conseguir efectuar essa função sozinhos, tornaram-se raros e, devido à alta procura, o seu preço de mercado praticamente duplicou, disse o governador de Nova Iorque, citado pela Reuters: passou de 25 mil dólares cada para 45 mil.
- Descarregue a app do PÚBLICO, subscreva as nossas notificações
- Subscreva a nossa newsletter