O ar de Portugal (e o da Europa) está menos poluído. A culpa é do coronavírus
A AEA lembra que a poluição do ar prejudica a saúde e sublinha que ainda não é claro se a exposição à poluição pode piorar a condição das pessoas com covid-19
A Agência Europeia do Ambiente (AEA) confirmou esta quarta-feira “grandes reduções” de poluentes atmosféricos na Europa, devido às medidas de contenção da covid-19, e diz que em alguns locais a redução foi para metade.
Em comunicado, a AEA diz que as reduções, em particular de dióxido de azoto (NO2), se devem à redução de tráfego e de outras actividades, especialmente em cidades com medidas de contenção.
“Os dados da AEA mostram uma imagem precisa da queda da poluição atmosférica, especialmente devido à redução do tráfego nas cidades. No entanto, abordar problemas da qualidade do ar a longo prazo requer políticas ambiciosas e investimentos continuados”, refere o director executivo, Hans Bruyninckx.
Em Lisboa, segundo os dados, os níveis médios de NO2 (poluente emitido especialmente pelos transportes rodoviários) caíram 40% numa semana. Comparando com o mesmo período do ano passado a redução foi de 51%.
As reduções verificam-se em muitas cidades europeias. De acordo com o documento, em Milão (Itália) as concentrações médias de NO2 no último mês desceram 24% em relação ao mês anterior, um valor semelhante ao de Roma. Em Barcelona (Espanha) a queda de NO2 foi de 40% de uma semana para a outra e em Madrid a redução foi de 56%.
A AEA lembra que a poluição do ar prejudica a saúde e pode levar a doenças respiratórias e cardiovasculares e sublinha que ainda não é claro se a exposição contínua à poluição atmosférica pode piorar a condição das pessoas com covid-19.
Os dados sobre a poluição atmosférica foram recolhidos através de uma rede de mais de 4000 estações locais de medição da poluição em toda a Europa.