CDS entre “ajuda” e “fiscalização” com sede fechada e reuniões por videochamada

Partido ofereceu cooperação ao Governo, mas enquanto oposição, mantém uma postura de “fiscalização das medidas que estão a ser tomadas” por causa da pandemia por covid-19.

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O CDS fechou a sede e todos trabalham agora a partir de casa Pedro Fazeres

O CDS-PP adoptou uma postura de cooperação com o Governo durante a pandemia de covid-19, mas assegura que fiscalizará as medidas tomadas em resposta à doença, que levou o partido a fechar a sede a realizar reuniões por videochamada.

Com a sede nacional, em Lisboa, encerrada e os funcionários em teletrabalho, o CDS tem feito as “reuniões executivas por videochamada”, com recurso a plataformas digitais como “Skype” ou “Zoom”, adiantou à Lusa fonte do partido.

A pandemia de covid-19 e o estado de emergência decretado a isso obrigam, dado que uma das principais medidas para tentar conter a propagação da pandemia é o isolamento social.

O partido tem optado por cortar também a interacção com jornalistas, recorrendo ao envio à comunicação social vídeos com reacções ou declarações.

Desde que ficou conhecido o risco que os ajuntamentos constituem na propagação da covid-19, as iniciativas com militantes foram canceladas, bem como a agenda da direcção, mantendo-se apenas encontros institucionais.

O último destes encontros com entidades que contou com a presença do presidente do partido e foi acompanhado pela comunicação social foi uma reunião com a Ordem dos Enfermeiros, em Lisboa, no dia 11 de Março.

A par das várias propostas que tem feito e da cooperação oferecida ao Governo, o CDS, enquanto oposição, mantém uma postura de “fiscalização das medidas que estão a ser tomadas e do que está a ser feito” pelo executivo liderado por António Costa, afirmou a mesma fonte.

Num vídeo divulgado na quarta-feira, dia em que o Presidente da República decretou o estado de emergência, o líder do CDS afirmou que os políticos têm “de ser os primeiros a dar o exemplo e a oferecer esse testemunho de unidade nacional”, porque “este não é o tempo de sectarismos políticos”.

“Quero, por isso, transmitir ao senhor primeiro-ministro António Costa, que não está só. O Governo de Portugal contará com o empenho intenso do CDS para vencer esta pandemia”, salientou Francisco Rodrigues dos Santos, adiantando que “o CDS apoiará, sem hesitações, todas as medidas que salvaguardem o interesse nacional, que protejam as pessoas e a economia, por mais difíceis que sejam”.

“O nosso foco para já é este, de fiscalização e acompanhamento da situação que é preocupante, e estamos empenhados, queremos dar um contributo para que isto se resolva rapidamente”, salientou à Lusa fonte centrista.

O CDS tem chamado também a atenção para as medidas que, na sua ótica, o Governo não tomou atempadamente, como o fecho das fronteiras ou dos estabelecimentos de ensino.

Enquanto a maioria dos portugueses está em casa, devido à covid-19, o CDS tem usado mais as redes sociais para contactar com o seu eleitorado e partilhar as suas propostas.

Além de um pacote de medidas de apoio para as pessoas em situação de sem-abrigo e para os idosos e os mais carenciados, o CDS vai apresentar igualmente um conjunto de propostas na área económica, para ajudar as empresas a ultrapassar o impacto das medidas decretadas no âmbito do estado de emergência.

“Temos comunicado por aí porque as pessoas também têm mais tempo para ver”, adiantou a fonte à Lusa.