Coronavírus: Livrarias podem estar abertas se venderem ao postigo, diz ministra da Cultura
“Nada proíbe que uma livraria possa vender à porta” durante o estado de emergência, considera Graça Fonseca.
As livrarias podem estar abertas ao público durante o estado de emergência, se fizerem as vendas através de um postigo, afirmou esta segunda-feira a ministra da Cultura, Graça Fonseca, à agência Lusa.
“É possível. Nada, pelo contrário, proíbe que uma livraria possa vender à porta, no postigo”, sublinhou a ministra, assumindo que os livros são igualmente um bem de primeira necessidade. A ministra não adiantou se o mesmo se aplica, por exemplo, às lojas de discos, que também se viram subitamente obrigadas a alterar o seu modelo de negócio.
A imposição do estado de emergência para conter a pandemia da covid-19 incluiu medidas restritivas de circulação no país e levou à paralisação de vários sectores da economia portuguesa, incluindo também o tecido empresarial da cultura.
No caso particular do sector livreiro, várias pequenas livrarias independentes encerraram ao público, o mesmo acontecendo com duas das maiores cadeias de vendas de livros: Bertrand e FNAC.
Algumas editoras suspenderam a produção de novidades e viraram-se para as vendas online, em alguns casos, praticando descontos para conseguirem sobreviver.
A isto acrescenta-se ainda a decisão da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) de adiar a Feira do Livro de Lisboa “para as últimas semanas de Agosto, início de Setembro”.
Questionada pela agência Lusa sobre um apoio da tutela ao sector livreiro, Graça Fonseca recordou que “muitas das medidas que o Governo já aprovou aplicam-se transversalmente a empresas e a cooperativas” também do sector cultural.
“É muito importante que o sector do livro analise para ver a aplicabilidade das medidas”, disse.
A ministra apelou ainda a que os agentes do sector livreiro recorram à página www.culturacovid19.gov.pt para colocar todas as questões relacionadas com as medidas já apresentadas.