Quarentena
Falhou o algoritmo, morre gente, canta-se nas varandas, esgota-se o atum em lata, fecham-se as crianças em casa e os adultos desconfiam de quem tosse.
Fui para a floresta por vontade própria. Queria viver enfrentando apenas os factos essenciais da vida e ver se podia aprender o que ela tinha para me ensinar, não se desse o caso de, quando estivesse prestes a morrer, vir a descobrir que não havia vivido. Eu não queria viver o que não fosse vida; É tão bonito viver! Também não queria resignar-me, a menos que fosse absolutamente necessário. Queria viver profundamente e extrair toda a medula da vida, viver de uma forma tão dura e espartana que derrotasse tudo o que não fosse vida, recortar um amplo anel ao nível do solo, levar a vida para um canto e reduzi-la aos seus menores elementos; e se fosse mesquinha, retirar dela toda a sua genuína mesquinhez e dá-la a conhecer ao mundo, ou então, se fosse sublime, sabê-lo por experiência própria (...). (1)
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.