Nova Iorque: quando todas as luzes se apagam
Um silêncio novo atravessa a cidade. Os nova-iorquinos nunca se viram assim sozinhos. Como milhões, em muitas cidades, são agora reclusos de uma ameaça microscópica, ao mesmo tempo protagonistas e espectadores de um espectáculo global que impõe novos códigos.
Christophe debruça-se sobre o volante do táxi e põe todo o seu peso na buzina. Tem uma expressão serena como se a impaciência só lhe ocupasse a parte do corpo que naquele momento interrompeu um silêncio novo na cidade: o de Times Square sem turistas, sem sirenes de polícia ou ambulâncias, sem o alvoroço e a urgência dos dias normais. Há um desassossego semelhante ao que se sente diante de uma tela imensa semi-desabitada, e o colorido dos milhões de luzes que continuam a acender e a apagar só amplia o sentimento de desolação do espectador.
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