Coronavírus: 448 infectados, a maioria está em casa e há 17 pessoas nos cuidados intensivos
O Norte voltou a ultrapassar Lisboa. Há 17 doentes nos cuidados intensivos e mais 206 pessoas internadas em hospitais.
O número de casos do novo coronavírus continua a aumentar. A Direcção-Geral da Saúde (DGS) informa que esta terça-feira estão confirmadas 448 pessoas infectadas, mais 117 do que na segunda-feira, o que equivale a um aumento de 35%. Já de domingo para segunda-feira, o balanço de situações positivas tinha aumentado em 86 casos (subida de 25%).
Estão identificadas 19 cadeias de transmissão activas. E cerca de 180 pessoas das 448 identificadas como tendo contraído a doença, mais de 120 tiveram sintomas a partir de 10 de Março e dias seguintes. Há 17 doentes nos cuidados intensivos e, além desses, 206 pessoas internadas em hospitais. Ou seja, a maioria das pessoas que já testaram positivo estão em casa: são 242.
A região com a maioria de casos infectados voltou a ser o Norte do País, quando ontem era a região da Lisboa e Vale do Tejo. Porto, Braga, Viana do Castelo, Vila Real e Bragança têm 196 casos confirmados, enquanto Aveiro, Viseu, Guarda Coimbra, Castelo Branco e Leiria contam hoje, e segundo os dados oficiais, com 51 pessoas infectadas. Lisboa e Santarém têm 180 e o Algarve 14. O Alentejo continua livre de casos positivos.
Um caso foi registado nos Açores. Entretanto, embora não referido neste boletim diário, foi anunciado o primeiro caso positivo na Madeira: trata-se de uma turista da Holanda.
De momento, 323 pessoas aguardam resultados laboratoriais e três pessoas recuperaram da doença.
Metade dos infectados têm entre 20 e 49 anos
A distribuição dos portugueses infectados com o novo coronavírus também é mostrada neste boletim. Entre as crianças até aos 9 anos, existem três casos. Entre os 10 e os 19 anos, estão 32 jovens. Cerca de metade (236 pessoas infectadas) têm entre 20 e 49 anos. Acima dos 50, e até aos 70 anos, há registo de 125 doentes com o novo coronavírus.
Com mais de 70 anos, há 52 doentes, dos quais 17 têm mais de 80 anos. Do total de 448, há 247 homens e 201 mulheres.
Das situações importadas, de acordo com o levantamento da DGS, a maioria foram de Espanha (18), Itália (17) e França (13). Também houve oito casos positivos de pessoas que regressaram da Suíça. Nenhum caso foi importado de fora da Europa.
Desde 1 de Janeiro, registou-se um total de 4030 casos suspeitos e 3259 não confirmados.
Na conferência de imprensa diária que se seguiu à divulgação destes números, o secretário de Estado da Saúde esclareceu que 20% dos infectados eram médicos. António Sales garantiu, em conferência de imprensa, que até segunda-feira existiam “cerca de 30 profissionais de saúde infectados, sendo 18 médicos”. “Médicos e outros profissionais estão sempre na linha da frente neste combate. Para além de poderem ser infectados nas respectivas instituições, podem também ser infectados na comunidade.”
Dois milhões de máscaras distribuídas
Graça Freitas, também presente na conferência de imprensa, garantiu por seu turno que “vai sair uma orientação” que permite que os doentes crónicos “possam receber medicamentos em casa”. “As soluções e possibilidades são múltiplas. O que interessa é que o doente possa receber em casa o medicamento”, afirma a directora-geral da saúde. Para que isso aconteça, conta com a colaboração de farmácias, autarquias, igrejas.
“Neste momento, aceitamos todas as iniciativas comunitárias. Também os hospitais têm capacidade para fazer distribuição.” No entanto, as garantias estão dadas: “Nenhum doente vai ficar sem medicação.”
Face às notícias que assinalam a escassez de equipamentos de protecção individual em vários hospitais do país, António Sales afirmou estar “a gerir os meios da melhor forma possível através da partilha de recursos”. “Estamos a ir todos os dias ao mercado para fazer aquisições” deste tipo de equipamento “o mais rápido possível”.
De acordo com as estimativas do secretário de Estado da Saúde, vão ser distribuídos cerca de “dois milhões de máscaras” e “à volta de 150 mil equipamentos de protecção individual” desagregados “pelos vários equipamentos” que deles precisam.
Questionado sobre a notícia avançada pelo Correio da Manhã, de que haveria capacidade de produção nacional desse equipamento numa fábrica em Penafiel que não estaria a ser usada (e que, em vez disso, estava a exportar a sua produção), Sales esclareceu que deu “indicações para que toda a produção que vier a ser feita” fique em Portugal.