Coronavírus: Câmara de Lisboa reforça medidas de prevenção para população sem-abrigo
Câmara definiu que cada centro de acolhimento deverá ter uma sala de isolamento/contenção e que a limpeza destas espaços será reforçada. Equipas de ruas vão continuar a trabalhar, mas devem seguir as indicações dadas pelas autoridades de saúde.
A Câmara de Lisboa definiu um conjunto de medidas de prevenção para as pessoas em situação de sem-abrigo, uma população mais vulnerável, muitas vezes sem um tecto, e por isso mais exposta ao surto do novo coronavírus (covid-19). Segundo informação enviada ao PÚBLICO pelo gabinete do vereador Manuel Grilo, serão distribuídas soluções alcoólicas de desinfecção, que estarão disponíveis em todos os equipamentos de respostas a pessoas em situação de sem-abrigo — contando que os técnicos expliquem a importância da sua utilização.
Previsto está também o reforço da limpeza e arejamento das instalações onde se verifica maior concentração de utentes e a “aquisição de equipamentos – Kits de protecção individual para entrega a funcionários ou utentes que apresentem sintomas de contágio”.
Todos os centros de acolhimento deverão preparar também uma sala de isolamento/contenção. Caso seja confirmado um caso positivo de infecção com a covid-19 num centro de acolhimento, e depois de cumpridos os procedimentos de isolamento e encaminhamento para resposta hospitalar, os utentes e técnicos entrarão em quarentena.
A autarquia admite ainda abrir um centro de acolhimento de emergência para eventuais novos casos de pessoas em situação de sem-abrigo.
Quanto às equipas de rua, fonte da autarquia explica que os técnicos vão continuar a trabalhar, respeitando as indicações que forem sendo dadas pelas autoridades de saúde: quem tiver de prestar assistência à família ou de ficar em quarentena ficará em casa. Quanto à alimentação, tudo vai manter-se como até agora. Os Núcleos de Apoio Local vão continuar a servir refeições, e as equipas de rua também, “com as devidas precauções”.
De acordo com a última contagem conhecida, que data de Janeiro de 2019, dormem nas ruas da capital 361 pessoas. No entanto, há mais 1967 que estão em quartos, centros de acolhimento temporário e de alojamentos específicos para pessoas sem casa ou projectos Housing First.
No Porto, a Santa Casa da Misericórdia já disse que vai disponibilizar dez camas para os sem-abrigo da cidade que possam vir a ficar infectados com a covid-19 no Centro Hospitalar do Conde Ferreira.