UNICEF lança guia para ajudar escolas a combater a infecção

Mudar os horários (com um maior distanciamento e final das aulas para diferentes turmas), promover o distanciamento social e criar momentos obrigatórios para lavar as mãos são algumas das recomendações.

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Estudantes em Jakarta, na Indonésia, lavam as mãos antes do pequeno-almoço na escola depois de o país ter confirmado novos casos de covid-19 Reuters/AJENG DINAR ULFIANA

A UNICEF publicou um guia com “mensagens-chave” para ajudar a evitar a transmissão do novo coronavírus (covid-19) em espaços escolares – inclui recomendações para professores e funcionários, pais e encarregados de educação, e estudantes do pré-escolar ao ensino secundário. “São necessárias precauções para prevenir a propagação da covid-19 em ambiente escolar; no entanto, também é importante ter cautela para evitar estigmatizar estudantes e funcionários que possam ter estado expostos ao vírus”, lê-se na introdução do guia de 12 páginas, publicado esta semana. Foi elaborado com o apoio da Organização Mundial da Saúde e da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e Crescente Vermelho (IFRC).

Em comum, as recomendações defendem a criação de momentos obrigatórios para lavar as mãos, e estratégias promover o distanciamento social. O objectivo é ajudar educadores a diminuir a ansiedade e medo dos mais novos em torno do novo coronavírus e ajudá-los a lidar com o impacto da actual situação no seu dia-a-dia. Guias semelhantes para “escolas saudáveis e seguras”, implementados em escolas da Guiné-Conacri, Libéria e Serra Leoa durante o surto de ébola entre 2014 e 2016, ajudaram a prevenir a transmissão do vírus nas escolas.

Sugestões da UNICEF para “escolas saudáveis e seguras"

  • Ficar em casa: professores, funcionários e alunos doentes, com sintomas, ou que estiveram em contacto com pessoas infectadas com o novo coronavírus não devem ir às aulas;
  • Lavar mais vezes as mãos: promover hábitos de higiene regulares ao criar momentos obrigatórios para lavar as mãos com água e sabão e uma solução à base de álcool quando possível; outra sugestão é criar cartazes com recomendações de boas práticas;
  • Limpar e desinfectar: desinfectar superfícies (como secretárias, corrimãos, bancadas) pelo menos uma vez por dia. A UNICEF diz que é importante dar prioridade a superfícies que são tocadas diariamente por muitas pessoas (mesas na cantina, equipamento desportivo, maçanetas de portas, brinquedos, corrimãos);
  • Promover o distanciamento social: evitar que grandes grupos de pessoas se juntem. As sugestões incluem cancelar eventos desportivos, festas e assembleias, colocar os alunos a um metro de distância quando possível, criar um modelo de ensino em que os alunos possam trabalhar sozinhos, e adaptar o horário para que diferentes turmas comecem e acabem o dia escolar em horas diferentes;
  • Aumentar ventilação: abrir janelas se o clima o permitir e ligar o ar condicionado quando disponível;
  • Prevenir o estigma: os alunos devem ser incentivados a fazerem perguntas sobre as dúvidas que tenham em torno do novo coronavírus, e a expressarem os seus sentimentos. Os professores devem prevenir o estigma ao recordar que a infecção não diferencia entre fronteiras, etnias, capacidade física, idade ou género;
  • Ajudar quem fica em casa: criar planos para manter a aprendizagem dos alunos que têm de ficar em isolamento em casa. As sugestões incluem utilizar plataformas de ensino virtual quando possível, preparar exercícios e planos de leitura para os alunos que estão em casa, e eleger professores para realizar reuniões de acompanhamento remotas, diárias ou semanais, com os alunos em isolamento para discutir planos de trabalho.
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