A que soa a música de um cérebro digital? E será que queremos ouvi-la?

Uma banda-sonora única que se adapta ao ouvinte, 24 sobre 24 horas. Uma banda de figuras digitais que canta música criada sem intervenção humana. Aplicações que permitem a qualquer um tornar-se músico com álbuns editados. Tal como nas restantes dimensões da vida, a inteligência artificial promete transformar o universo da música. Stuart Dredge, que há 20 anos reflecte sobre música e tecnologia, fala ao PÚBLICO do que já existe e do que está para vir.

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Jean-Michel Jarre criou a aplicação EON, 2019 que a partir de um tema seu elabora música ao longo de 24 horas. E fê-lo por estar artisticamente interessado na experiência Mat Hayward/ getty images

O futuro está aqui. É cliché afirmá-lo mas, neste caso, o cliché aplica-se a uma realidade a ganhar formas cada vez mais definidas. A Inteligência Artificial (IA), aplicada aos mais diversos domínios, terá influência dramática na forma como nos organizamos e interagimos socialmente, provocando por agora entusiasmo tecnológico e temor laboral. O universo da música, naturalmente, não ignora essas transformações. Muito pelo contrário.

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