Quase 75% dos portugueses não acredita que o SNS esteja preparado para uma epidemia

Os portugueses não acreditam que o Serviço Nacional de Saúde esteja preparado para lidar com uma eventual epidemia da Covid-19, mas consideram estar bem informados sobre como proceder caso suspeitem de que estão infectados, revela inquérito.

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A maioria dos portugueses refere não ter mudado os seus comportamentos sociais, como dar beijos ou apertos de mão. LUSA/NABIL MOUNZER

A esmagadora maioria dos portugueses sente-se informado sobre a Covid-19, afirmando saber quais são os sintomas que provoca e o que fazer caso haja suspeita de ter a doença​, revela um inquérito da Multidados, realizado na primeira semana de Março.

Mais de dois terços dos inquiridos disse saber que deve ligar para a Linha de Saúde 24 e mais de 60% respondeu que deve ficar em isolamento.

Quanto aos sintomas, quase 90% das pessoas respondeu que a doença se manifesta através de febre, e mais de 70% referiu a tosse. Quase metade dos entrevistados mencionaram a dificuldade respiratória como sintoma da Covid-19, e pouco mais de um quarto referiu o cansaço.

Também em relação ao período de incubação do novo coronavírus, que é de até 14 dias, a maioria dos entrevistados estava esclarecido. Ainda assim, cerca de um terço respondeu que esse período é significativamente mais longo – 16% acha que é de 20 dias, 6% acha que é de 25 dias, e 9% acha que é de 30 dias.

A grande maioria dos inquiridos considera que as informações que têm sido divulgadas pela Direcção-Geral de Saúde e pelo Ministério da Saúde são claras, e quase 83% disse já ter tido acesso a informações sobre a Covid-19, sobretudo através da televisão (66%), do site do SNS (36%) e das redes sociais (34%).

No entanto, cerca de três quartos dos inquiridos não acreditam que o Sistema Nacional de Saúde esteja preparado para lidar com uma situação de epidemia, e menos de metade considera que o Governo tem procedido da melhor maneira na prevenção e preparação dessa eventualidade.

A maioria (53%) afirma não se sentir alarmada pela possibilidade de uma epidemia em Portugal e pouco mais de um quinto diz ter deixado de ir a eventos que reúnam muitas pessoas, embora quase dois terços admitam vir a fazê-lo no futuro.

Quanto a mudanças de comportamento em situações sociais, dois terços dizem não ter passado a evitar apertos de mão ou beijos, por exemplo, e apenas 11% diz ter comprado desinfectante. Também no que respeita à utilização de máscaras, apenas 15% diz utilizá-las no dia-a-dia, e quase dois terços afirmam que a máscara só é completamente eficaz quando não é retirada em momento algum.

Já no que respeita a comportamentos a adoptar num caso mais extremo, 80% dos entrevistados admite vir a trabalhar a partir de casa e 70% admite fazer compras em maior quantidade do que o normal para evitar sair de casa.

Texto editado por Ivo Neto

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