Uma permanente vibração
Não falta quem viva bem na sociedade do desconhecimento; desde o mercado e o capital aos negócios, à política. Basta que se diga o contrário: que vivemos na sociedade do conhecimento.
A loucura trepidante, a azáfama febril, a excitação permanente em que todos hoje se consomem na agitação da vida moderna, na vertigem dos afazeres e dos negócios que se sucedem e entrechocam como a rapidez dos filmes, são a causa principal da enorme depressão que se nota nas modernas gerações.
A própria possibilidade de rápidas deslocações, os diversos meios com que o progresso veio facilitar a marcha dos negócios, a extraordinária facilidade das comunicações que permite no mesmo dia e quási ao mesmo tempo tratar dos mais diversos assuntos nos mais distantes lugares, dá num mês desgaste físico igual ao que no século passado podia produzir um ano da mais agitada das existências.
As próprias facilidades que a ciência pôs ao serviço do dia-a-dia civilizado são outras tantas causas de excitação em que os nervos se consomem, numa permanente vibração. (1)
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