Direitos das mulheres

8 de Março de 1962. A PSP tinha ordens para "actuar com energia"

8 de Março de 1962. O arranque do protesto do Dia Internacional da Mulher estava marcado para as seis e meia da tarde na Praça da Liberdade, no Porto, onde os eléctricos achavam a sua última paragem. Era o local de excelência para agrupar pessoas - como acontecia, por exemplo, no 1 de Maio. 

Relatório do subdirector da PIDE sobre a manifestação de 8 de Março de 1962 Torre do Tombo
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Relatório do subdirector da PIDE sobre a manifestação de 8 de Março de 1962 Torre do Tombo

As autoridades tinham preparado “um serviço discreto” para controlar a manifestação, ao contrário da vontade inicial da PSP, que teria proposto medidas de actuação “exageradas e prejudiciais pelo alarme e especulação que viriam a provocar”, pode ler-se no relatório do subdirector da PIDE a que o PÚBLICO teve acesso. Ainda assim, a PSP tinha ordens para “actuar com energia logo que se verificasse qualquer ajuntamento ou alteração de ordem”. 

Perto das sete da tarde o grupo de manifestantes – “na sua maioria garotada” – reuniu cada vez mais pessoas, que em uníssono deram “vivas à liberdade, à democracia, à agripina, abaixo a PIDE, soltando em seguida slogans académicos e terminando com Hino Nacional” como forma de protesto, lê-se no mesmo relatório.

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Relatório do subdirector da PIDE sobre a manifestação de 8 de Março de 1962
Relatório do subdirector da PIDE sobre a manifestação de 8 de Março de 1962 Torre do Tombo
Relatório do subdirector da PIDE sobre a manifestação de 8 de Março de 1962
Relatório do subdirector da PIDE sobre a manifestação de 8 de Março de 1962 Torre do Tombo
Relatório do subdirector da PIDE sobre a manifestação de 8 de Março de 1962
Relatório do subdirector da PIDE sobre a manifestação de 8 de Março de 1962 Torre do Tombo