Instituições de resposta social devem preparar planos próprios de contingência

Em 2009, na pandemia por gripe A, a DGS elaborou um documento para ajudar a evitar ou a limitar o impacto e, entre vários aspectos, recomendava a existência de funcionários adicionais.

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ADRIANO MIRANDA

As instituições de resposta social, incluindo as de apoio aos idosos, devem preparar planos próprios de contingência face ao novo coronavírus, tendo em conta as orientações da Direcção-geral de Saúde, segundo o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Sobre as instituições do sector social que prestam serviços do âmbito da segurança social relativos a crianças, jovens, pessoas idosas ou pessoas com deficiência, o ministério indicou que “estão a ser tomadas medidas a diferentes níveis para acautelar as necessidades do sector social e solidário, prestando toda a informação”. A metodologia adoptada inclui acções de “formação em cascata” junto dos parceiros do Conselho Nacional de Cooperação do sector solidário e social e outras entidades identificadas como relevantes neste âmbito.

Para esta sexta-feira está agendada uma reunião com a Direcção-Geral de Saúde, os parceiros do sector social e solidário, o Instituto da Segurança Social e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O ministério adianta que, paralelamente, a Segurança Social tem divulgado informação e as orientações da Direcção-geral de Saúde (DGS) aos parceiros do Conselho Nacional de Cooperação do sector solidário e social. Na informação enviada à Lusa não foram adiantadas as medidas especificas.

Em 2009, face à eventualidade de uma pandemia por gripe A (H1N1), a DGS elaborou um documento para ajudar a evitar ou a limitar o impacto nas instituições para pessoas idosas. Uma das recomendações apontava para existência de funcionários adicionais.

Na altura, os lares de idosos prepararam os seus planos em conjunto com os ministérios da Saúde e do Trabalho e Solidariedade, tendo a DGS recomendado que o plano deveria ter em conta o impacto da pandemia nos funcionários, colaboradores e residentes, a atribuição de recursos para os proteger, a comunicação e informação e a coordenação com organizações externas. As instituições deveriam identificar funcionários, colaboradores e outros recursos essenciais necessários para manter a instituição em funcionamento (matérias-primas, fornecedores, prestadores de serviços e logística) e equacionar a preparação de uma lista adicional de funcionários (contratados, funcionários com outras competências, reformados) e formá-los para desempenharem tarefas essenciais ou prioritárias, em caso de necessidade.

O plano devia prever o absentismo dos funcionários e colaboradores, medidas com o objectivo de diminuir a disseminação da infecção e a redução do número de contactos próximos entre funcionários, colaboradores e residentes (apertos de mão, reuniões, postos de trabalho partilhados). Durante a pandemia devia ser ponderada a necessidade de flexibilizar o local e o horário de trabalho e definidos estratégias e procedimentos para os empregados que tivessem contactado com um doente com gripe, que se suspeitasse estarem doentes ou que pude adoecer no local de trabalho. A limpeza do espaço deveria ser feita com mais frequência e os funcionários deveriam ter equipamento para reduzir a disseminação da infecção, nomeadamente máscaras cirúrgicas. Era ainda recomendado que se evitasse o contacto dos residentes saudáveis com doentes que apresentem sintomas de gripe.

O surto de Covid-19, detectado em Dezembro, na China, pode causar infecções respiratórias como pneumonia, provocou 3385 mortos e infectou mais de 98 mil pessoas em 87 países e territórios. Das pessoas infectadas, mais de 55 mil recuperaram. Além de 3042 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, França, Hong Kong, Taiwan, Austrália, Tailândia, Estados Unidos da América e Filipinas, San Marino, Iraque, Suíça, Espanha e Reino Unido. Em Portugal, a DGS confirmou nove casos de infecção. A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.