IPSS pediu voluntários para “colinho” a bebés. Internet ajudou e choveram propostas

Fez-se o pedido e houve muitas centenas de respostas. Bastou à IPSS Renascer uma publicação online para choverem interessados em fazer voluntariado “de colinho”, pensado em especial para os três bebés que a instituição recentemente acolheu.

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Publicação a pedir voluntários teve resposta altamente positiva

“Precisamos de voluntários de colinho”. É esta a frase que abre a publicação na página de Facebook do Centro de Acolhimento Temporário para Crianças em Risco (CAT – Renascer), em Torres Vedras. Bastou uma semana para a publicação, feita no dia 26 de Fevereiro, ter recebido cerca de dois mil comentários e mais de oito mil partilhas. Em conversa telefónica com o PÚBLICO, uma funcionária da instituição diz que receberam mais de 1300 mensagens de interessados. “O boom foi tão grande” que as respostas vão demorar. “Há que fazer uma triagem muito grande para seleccionar as pessoas ideais”, esclarece.

Toda a atenção gerada à volta da publicação surgiu da terminologia original. Os “voluntários de colinho” já existem, “não se dá é o nome” que surgiu de uma outra publicação online, de uma instituição de apoio social estrangeira.

Ainda assim, e apesar de terem vários voluntários, não são tantos quanto gostariam. Até porque, “com 12 crianças em casa nem sempre é fácil” arranjar tempo para dedicar um “momento de colinho”, ou de atenção individual, a cada uma delas.

Com este pedido, que nasceu de uma situação extraordinária em que a Renascer recebeu três bebés com menos de seis meses, esperam conseguir “dar um bocadinho mais de atenção” a cada um dos novos inquilinos, dar-lhes “uma pessoa de referência de colinho”. Porque é exactamente isso, “é colinho para bebés”.

Embora os interessados tenham sido sobretudo mulheres, também “houve alguns casais”.  Na realidade, há muitas instituições que precisam e pedem este tipo de voluntariado para crianças até aos três anos e que até são bastante conhecidas, explica a funcionária. Simplesmente “não precisam de divulgação”, porque “o voluntariado é normal” e inclui de facto gestos tão simples como dar colo, ou tão somente atenção, às crianças institucionalizadas.

Esta noite será feita uma nova publicação na página de Facebook da Renascer a anunciar que as candidaturas estão encerradas, e amanhã será feita uma reunião interna onde se decidirão quais os critérios de selecção de voluntários a seguir.

O CAT-Renascer, que pertence ao Centro Comunitário de Torres Vedras, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social que recebe crianças da “zona alargada” de Torres Vedras e distrito de Lisboa, em situação de especial vulnerabilidade social. São crianças vítimas de negligência ou maus-tratos, cujo ambiente familiar disfuncional obriga à sua institucionalização.

“Somos uma instituição muito pequenina”, explica a funcionária, e desabafa que é uma ocupação que exige “uma luta constante” que nem sempre é reconhecida. Agora, espera que de toda esta atenção resulte algo de muito positivo.

Texto editado por Ivo Neto

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