Governo desiste do novo terminal de contentores no Barreiro

Agência do Ambiente ao novo terminal de contentores deu parecer negativo ao projecto.

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A decisão sobre o novo terminal na margem Sul do Tejo é discutida desde os anos 1980 Patrícia Martins

O Governo decidiu não avançar com a construção do novo Terminal de Contentores no Barreiro, respeitando o parecer desfavorável ao projecto da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), confirma o Ministério das Infra-estruturas e da Habitação. A notícia, avançada pela TSF, foi confirmada ao PÚBLICO pelo ministério.

O projecto de investimento de quase 400 milhões de euros na margem Sul do Tejo — inserido no plano estratégico para o desenvolvimento do sector portuário — compreendia a constituição em duas fases de uma frente de acostagem com cerca de 1500 metros de comprimento, destinado à carga e descarga de contentores, constituído por estrutura de acostagem e por um terrapleno onde se desenvolverá uma área logística.

Para o Barreiro, a anterior ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, chegou a referir, em Março de 2018, que havia investidores chineses interessados na gestão portuária do futuro terminal, altura em que se previa que o novo terminal fosse uma realidade em 2022 ou 2023, “dependendo” do que saísse da avaliação de impacto ambiental.

Essa decisão foi negativa, com a APA a concluir que o projecto teria impactos significativos nos sistemas ecológicos, em violação do Regime jurídico da Reserva Ecológica Nacional e que, se avançasse tal como estava previsto, violaria a Directiva Quadro da Água e a Lei da Água, refere a TSF.

Segundo a mesma rádio, a agência ambiental considerou que as medidas de mitigação previstas para resolver os problemas ambientais “não são verdadeiras medidas de mitigação” e que eram insuficientes.

A decisão de construir um novo terminal de contentores na margem Sul do Tejo com capacidade de receber navios de grande porte é discutida desde os anos 1980, quando foi pensado o primeiro plano estratégico do porto de Lisboa.

Não se sabe se o Governo está a pensar numa solução alternativa para resolver a falta de capacidade dos terminais da margem Norte, em Alcântara e Santa Apolónia.

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