Fatih Akin deixou de ser um director simpático
Com O Bar Luva Dourada, a história verídica e violenta de um assassino em série na Hamburgo dos anos 1970, o autor de A Esposa Turca e Uma Mulher Não Chora assina o seu melhor filme em vários anos. Um filme punk pouco recomendado às almas sensíveis, que evoca Fassbinder, Haneke e Seidl.
Quando ganhou o Urso de Ouro de Berlim em 2004 com A Esposa Turca, Fatih Akin (Hamburgo, 1973) já ia na quarta longa-metragem. Do Outro Lado (2007) venceu o melhor argumento em Cannes, mas tudo o que se seguiu — desde a comédia culinária Soul Kitchen (2009) ao thriller de vingança Uma Mulher Não Chora (2017, melhor actriz em Cannes para Diane Kruger) — fazia pensar num cineasta capaz de melhor que se deixara acomodar no sistema dos autores. Se é que, alguma vez, foi considerado como um autor.
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