Bloomberg desiste das primárias do Partido Democrata e apoia Joe Biden

Antigo presidente da câmara de Nova Iorque terminou a “super-terça-feira” muito abaixo das suas expectativas. Apoio reforça o favoritismo de Biden nas próximas votações.

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Michael Bloomberg gastou mais de 500 milhões de dólares na sua curta campanha Reuters/MARCO BELLO

O multimilionário Michael Bloomberg anunciou, esta quarta-feira, que desistiu da sua candidatura nas eleições primárias do Partido Democrata e vai apoiar Joe Biden.

“Sempre acreditei que derrotar Donald Trump começa por nos unirmos à volta do candidato com mais hipóteses de o fazer. Depois das votações de ontem [terça-feira], é claro que esse candidato é o meu amigo e grande americano Joe Biden”, disse o antigo presidente da câmara de Nova Iorque num comunicado.

Bloomberg, de 78 anos, gastou mais de 500 milhões de dólares da sua fortuna – estimada em 60 mil milhões – na sua campanha nas primárias do Partido Democrata. A sua estratégia passou por não ir a votos nos primeiros quatro estados (Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul) e apostar tudo nos 14 estados e um território norte-americano que foram a votos no mesmo dia, na terça-feira.

Essa aposta não correu bem. Teve apenas uma vitória, na Samoa Americana, e só por uma vez ultrapassou os 20%, no Colorado. No final da noite de votações, ficou claro que Bloomberg não era o candidato preferido dos eleitores da ala centrista e moderada do Partido Democrata, e que esse papel tinha sido atribuído a Joe Biden.

Michael Bloomberg é o terceiro candidato do centro a desistir da corrida nos últimos dias, depois de Pete Buttigieg e Amy Klobuchar. Após a vitória de Biden na Carolina do Sul, no sábado passado, a ala do partido que não vê com bons olhos a nomeação de Bernie Sanders, mais à esquerda, começou a unir-se à volta do antigo vice-presidente dos Estados Unidos, de 77 anos.

Buttigieg e Klobuchar declararam o seu apoio a Biden, o que ajudou o candidato a reforçar os seus resultados em vários estados na “super-terça-feira”. E é provável que a desistência e o apoio de Bloomberg venha a ter o mesmo efeito nas próximas votações, a partir do dia 10 de Março.

Bernie Sanders é o favorito da ala mais à esquerda do Partido Democrata, mas tem ainda a senadora Elizabeth Warren a impedir mais ganhos entre o eleitorado progressista.

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