O caso da Colecção Vinhas — travessia para o Brasil e regresso

Foi um exilado renitente, incrédulo face à perseguição da mesma esquerda à qual antes da Revolução era acusado de pertencer. Manuel Vinhas, um dos grandes industriais do Estado Novo, foi também um dos grandes mecenas das artes portuguesas. Almada, Pomar, Paula Rego, Cesariny. Depois veio Abril. Por dois anos, antes de morrer, resignou-se a observar o país à distância. Nesse período, a sua colecção desmembrou-se: uma parte ficou escondida num sótão, no Estoril; outra foi vendida; e outra ainda seguiu-o em caixotes, por mar, até Itapuã. Depois voltou.

Foto
João Krull/PSML

Sábado, 26 de Abril de 1975 — um ano e um dia passados sobre a Revolução. Por então, Manuel Vinhas estava há sete meses afastado de Portugal, da mulher, dos oito filhos e do irmão mais novo, Mário, de quem se tornara tutor aos 18 anos, ao ficarem órfãos.

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