Líder da Fenprof tenta invadir Conselho de Ministros

Mário Nogueira tentou forçar a entrada no Cineteatro de Bragança, depois de o primeiro-ministro ter abandonado o edifício pelas traseiras.

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José Coelho/Lusa
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O secretário-geral da Fenprof tentou esta quinta-feira invadir o Cineteatro de Bragança onde decorria o briefing do Conselho de Ministros descentralizado, depois de o primeiro-ministro ter abandonado o edifício pelas traseiras, evitando um grupo de manifestantes.

Mário Nogueira, que se encontrava acompanhado de outros representantes daquela estrutura sindical de professores, tentou forçar a entrada no edifício do Cineteatro de Bragança, já durante o briefing do Conselho de Ministros, tendo sido impedido pelas forças de segurança.

“Exigem respeito os professores!”, gritavam cerca de 20 elementos da Fenprof que se encontravam concentrados junto à entrada do Cineteatro de Bragança.

A porta do edifício, que até àquele momento esteve sempre aberta, foi fechada pelo interior a cadeado, enquanto a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, e a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, respondiam às questões dos jornalistas.

“Aquilo a que assistimos hoje aqui mostra bem o Governo que temos. É alguém que não querendo enfrentar os professores – que nada tinham de especial para fazer que não fosse entregar uns postais assinados por milhares de professores e simultaneamente dizer que queremos dialogar e negociar para resolver problemas , António Costa, como os restantes membros do Governo saíram cobardemente pelas traseiras, como saem aqueles que não querem enfrentar os problemas”, declarou o secretário-geral da Fenprof aos jornalistas.

O incidente aconteceu ao início da tarde, já depois de, explicou o dirigente sindical, um assessor do primeiro-ministro se ter dirigido à delegação da federação de docentes para informar que ia averiguar a possibilidade de ser recebida pelo chefe do Governo. O assessor não voltou a aparecer, garante Mário Nogueira.

O sindicalista disse, contudo, não estar surpreendido com a atitude do Governo e afirmou que a Fenprof marcará presença em todos os conselhos de ministros descentralizados até que seja ouvida.

A federação sindical exige a abertura de negociações para resolver problemas como a progressão na carreira, o envelhecimento dos profissionais, a precariedade e as condições de trabalho nas escolas.

A Fenprof acusa o Ministério da Educação de se recusar a “reunir, dialogar” e “abrir negociações das quais resultem as medidas necessárias à superação” destes problemas e alega que o ministro da Educação, “desde o início do seu novo mandato”, se “limitou a convocar uma reunião, em 22 de Janeiro, na qual reiterou indisponibilidade para o diálogo e para a abertura de processos negociais sobre matérias que não fossem por si decididas”.