Espreitar a Coreia do Norte, Nova Iorque em blind date ou as Galápagos? São as “viagens improváveis” da Abreu

São os programas mais “autorais” e “íntimos” lançados pela Abreu. Em pequenos grupos e na companhia de especialistas, a agência aposta aqui em programas de vários luxos e experiências “únicas”. Sempre por destinos e formatos “fora da caixa”.

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Entre as várias "naturezas" propostas, passeia-se das Faroé às estepes da Mongólia, da luz e gelo na Gronelândia ao mundo das Galápagos (na foto) DR

“Experienciar, vivenciar, desformatar e desmassificar”. Estas não são férias standard nem incluem os mais populares destinos de sonho ou programas simples de lazer. Estas são as viagens “fora da caixa” da Agência Abreu, uma aposta iniciada em 2019 e que este ano volta a dar a volta ao mundo em programas “a primar pela exclusividade, pela originalidade, pelo intimismo decorrente da desmassificação das partidas”, como escreve, na apresentação da brochura para 2020/21, António Barroso Cruz, “viajante compulsivo” e responsável pelo projecto Viagens (im)Prováveis. Outro detalhe da exclusividade: cada grupo tem, em geral, entre quatro e dez pessoas.

Se a Coreia do Norte ("entre o mistério e a revelação") é porventura a viagem que mais poderá surpreender – sendo certo que, embora para poucos, o país há muito se “abre”, com controlo apertado, aos turistas –, há mais destinos fora das rotas mais populares. Todos, garante-se, pensados para impressionar, com programas que incluem experiências repletas das “cumplicidades que se criam entre pessoas e lugares”. Isto porque os programas, desenhados de forma autoral, incluem sempre experiências consideradas “únicas”.

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A Coreia do Norte abre-se a um número limitado de turistas por ano com roteiros controlados Reuters/Bobby Yip

Veja-se, por exemplo, a proposta de uma viagem ao Brasil para umas férias com as “tribos indígenas do Mato Grosso. Com o historiador e viajante José Silva Reis como líder de viagem, além de guias locais, o programa inclui dormida numa aldeia indígena, encontros com o cacique da aldeia de Quatro Cachoeiras, participação em actividades culturais, tradicionais e gastronómicas, passeios pelos trilhos das plantas medicinais ou “estórias à fogueira e jantar com miniluau”.

Entre a partida à descoberta de tesouros pela Arménia, uma expedição atrás das auroras boreais na Gronelândia (à volta de fiordes, glaciares e caminhadas no gelo) ou a imersão total na natureza das “intocadas” ilhas Feroé, podemos até revisitar os Alpes suíços seguindo Leda Pestana (especialista em literatura) e “Heidi pelas Montanhas" – a célebre figura animada é mesmo o mote e o convite familiar é para conhecer in loco os cenários e imaginários das suas aventuras.

Este ano, o programa arrancou em Fevereiro, com a Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe (ambas com José Silva Reis), e, além das já destacadas, prossegue até 2021 com mais destinos pelos quatro cantos do mundo. Pela Ásia, para além da Coreia do Norte, destacam-se o Butão (sob o signo da “felicidade") ou a Mongólia (entre a cultura mongol e a imensidão da natureza) –, todas viagens acompanhadas por Barroso Cruz, que também já apresentou programas de viagens e lançou vários livros. No capítulo asiático, estavam previstas para Março visitas ao Camboja e Macau, mas com a Ásia sob receios do coronavírus, estas viagens não se realizarão.

Nas Américas, além do Mato Grosso indígena, destaque para uma viagem especial ao México, em redor do Día de los Muertos (a partida é a 25 de Outubro), que, além das celebrações de vida e morte, inclui muitos luxos pela região do Iucatão e de Quintana Roo – o líder será Osvaldo Macedo de Sousa, especializado em História de Arte (por sinal um dos grandes especialista portugueses em cartoon e, para mais, cantor lírico do São Carlos). Em Agosto, há Equador e Galápagos com Thomas Dellinguer, biólogo e professor (na Universidade da Madeira).

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Uma das grandes viagens é ao México em redor do Dia dos Mortos Jose Cabezas/Reuters

Por entre tantos destinos menos concorridos, um destaque final para um dos destinos mais célebres do mundo: Nova Iorque. E o que faz aqui? É que esta Nova Iorque é “ao sabor dos passos e da intuição” e a grande surpresa é que não tem programa detalhado anunciado, é mesmo em registo Nova Iorque (Blind Date)António Barroso Cruz promete guiar (em Abril e Dezembro) o grupo como se “de nova-iorquinos se tratassem”. Incluem-se “cinco noites num lugar especialmente giro e bem localizado” ou “cinco pequenos-almoços em lugares improváveis aos olhares imediatos”. Não faltarão jantares que “irão perdurar na memória”, “segredos da cidade” ou “compras em lugares diferentes e únicos”. Mas aqui o jogo é mesmo a surpresa. 

Os pormenores das viagens, cujos preços de catálogo poderão ir de cerca de 2358 euros da Arménia aos 9390 euros do Equador e Galápagos (preços estimados por pessoa em quarto duplo), estão disponíveis no site da Abreu.

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