Prédio evacuado em Lisboa e moradores apontam dedo à obra da sede da PJ
Os 32 moradores do nº 26 da Rua General Garcia Rosado tiveram de deixar as suas casas por questões de segurança. Segundo os moradores, a culpa é das escavações para a nova sede da PJ.
Um edifício na zona da Estefânia, em Lisboa, teve de ser totalmente evacuado no início desta semana por razões de segurança. Naa semana passada, a Unidade de Intervenção Territorial da Câmara Municipal avaliou o estado do prédio e, além da gravidade dos danos identificados e a urgência em solucioná-los, o desconhecimento da extensão do edifício que pode estar afectado torna o caso de derrocada ou colapso uma possibilidade, apesar de esta não ser provável, ressalva o parecer da entidade. Mesmo assim, a Protecção Civil procedeu à evacuação total do edifício que é composto por cave, rés-do-chão e cinco andares (dois fogos por piso e um na cave). No total, são 32 os moradores que tiveram de abandonar as suas casas no nº 26 da Rua General Garcia Rosado, junto à recente sede da Polícia Judiciária, na freguesia de Arroios.
Entre as causas do problema estrutural, os moradores indicam, em comunicado enviado nesta quarta-feira às redacções, que o “afundamento das fundações do edifício” remonta a 2011, aquando das obras de construção da nova sede da PJ, que ladeia o prédio.
Além do prejuízo provocado aos moradores, esta situação também “coloca em risco quem utiliza as instalações da PJ, nomeadamente o acesso ao estabelecimento prisional”, referem os moradores, que adiantam que os problemas não são de agora. Apesar dos alertas do condomínio durante o decorrer das obras na sede da PJ, que provocaram “a abertura constante de fissuras e provável existência de problemas estruturais”, acreditam que “o problema nunca foi devidamente endereçado pelas entidades responsáveis pela obra e pelos edifícios”. E acusam: “as entidades responsáveis pela obra nunca assumiram a responsabilidade de obras estruturais” no edifício nº 26 da Rua General Garcia Rosado, “apenas se responsabilizando por arranjos pontuais”.
Até ao momento, o condomínio nota que “a situação do edifício piorou visivelmente”, mas a posição das entidades não se alterou, apesar dos “alertas devidamente documentados e acompanhados, em algumas situações, por relatórios e vistorias dos serviços municipais: Protecção Civil, Bombeiros Sapadores, Polícia Municipal e UIT (Unidade de Intervenção Territorial)”.
O PÚBLICO questionou a empresa seguradora da obra da PJ e o Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça sobre a situação, estando a aguardar respostas.
Texto editado por Ana Fernandes