Festival aéreo da NATO, Tiger Meet, regressa a Beja e pilotos vão plantar sobreiros e azinheiras
Na Base Aérea nº 11 vão concentrar-se 100 aeronaves militares. Espera-se que se desloquem para ver o festival mais de 100 mil pessoas.
Os números revelam a dimensão do festival aéreo militar que no próximo mês de Maio vai fazer de Beja um local de peregrinação dos amantes e entusiastas da aviação militar. O Nato Tiger Meet de 2020 vai concentrar na Base Aérea nº 11, mais de 100 aeronaves e cerca de 3000 militares de 16 países aliados, diz a Força Aérea Portuguesa (FAP) através de comunicado
A FAP admite que no dia do festival aéreo, a 17 Maio, em que se comemora o 68.º aniversário da Força Aérea, “cerca de 100.000 pessoas” poderão estar presentes no interior e na periferia da B.A. nº 11 para assistir à evolução dos mais sofisticados aparelhos da aviação militar.
“É um dos maiores exercícios internacionais alguma vez realizados em Portugal”, realça o comunicado da FAP, destacando a presença de 22 esquadras de voo, de várias nações, que têm um “Tiger” como símbolo. Desde a sua criação, a FAP já realizou o exercício Tiger Meet nos anos 1987, 1996 e 2002, estes dois últimos em Beja.
Nos eventos então realizados, as “bombas” da aviação militar somaram muitos milhares de cavalos de potência a rasar a cabeça dos espectadores, aparvalhados com as evoluções dos Tornado alemães e italianos, os Mirage franceses, os F-16 de vários países incluindo Portugal. Os americanos apresentaram o A/OA-10 Thunderbolt II, o avião invisível Lockheed 117 Nighthawk, o bombardeiro B-52, e o bombardeiro B-1, esguio, barulhento, cinzento, a fazer lembrar uma ave de rapina: “Uma bisarma” como a maior dos espectadores o caracterizou na altura. Este ano, o número de aeronaves é superior, assim como a sua “performance”.
Uma série de iniciativas serão associadas ao evento com o nome de “Tiger Pegadas”: A organização do festival vai trabalhar numa parceria com o Banco Alimentar e cunhar 10.000 moedas de um euro, alusivas ao festival, para as vender a um custo unitário de três euros. Doar 20.000 euros a uma instituição de causa social é o objectivo final. A “pegada social” contribuirá ainda com 301 euros a 10 instituições envolvidas na recolha ou tratamento de animais.
As preocupações de natureza ambiental dominam a organização do evento. Durante o festival, será declarado o exercício “Plastic Free Zone” que exclui a utilização de materiais fabricados com recurso a plástico.
A pegada ecológica completa-se com uma campanha de plantação de sobreiros e azinheiras dentro da Base Aérea, onde já existem vários povoamentos destas árvores, uma tarefa que contará com a participação de pilotos e de outros militares, soube o PÚBLICO.
A NATO Tiger Association foi criada em 1961, com o objetivo de promover a cooperação e solidariedade entre as Forças Aéreas da NATO, realça a FAP. Em Julho de 1961, foi realizado em Woodbridge, Inglaterra, o primeiro encontro/exercício que contou com uma esquadra inglesa RAF e outra francesa. Desde essa data, o Tiger Meet passou a ser realizado anualmente com a presença das esquadras de voo que têm um “Tiger” como símbolo. Presentemente, a associação conta com 24 esquadras associadas, de 18 países.
Em 1978, a Esquadra 301 “Jaguares” passou a representar Portugal no Tiger Meet daquele ano realizado na Bélgica. Esta esquadra ganhou o “Silver Tiger”, o troféu que reconhece a melhor esquadra de voo em cada exercício, em quatro edições: 1980, 1985, 2011 e 2019. Em 2020, a disputa dar-se-á em território português.
Para lá de um Festival Aéreo, estará patente uma zona de exposição estática, com aviões pintados com cores e emblemas “Tiger” e stands especiais relacionados com a área da aviação.
A cerimónia de abertura do Tiger Meet está programada para o dia 10 de Maio. A 17 de Maio realiza-se o festival aéreo com a presença de várias aeronaves militares e patrulhas acrobáticas. A cerimónia de encerramento terá lugar no dia 21 de Maio.