As tapeçarias de Rafael voltam à Capela Sistina

Museus do Vaticano comemoram quinto centenário da morte do artista italiano com regresso das famosas peças ao local para onde foram desenhadas.

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A instalação das tapeçarias na Capela Sistina Museus do Vaticano

Durante uma semana, apenas (e a contagem decrescente já se iniciou na segunda-feira), a Capela Sistina, em Roma, será “magnificamente adornada com as preciosas tapeçarias da série Actos dos Apóstolos realizadas a partir dos cartões de Rafael”, informa o comunicado de imprensa dos Museus do Vaticano. É uma das muitas iniciativas que ao longo de 2020 celebrarão os 500 anos da morte do artista em todo o mundo.

Até dia 23 de Fevereiro, além dos frescos de Miguel Ângelo, Botticelli, Perugino e Pinturicchio, os visitantes vão poder ver as dez tapeçarias desenhadas pelo pintor do Renascimento, por encomenda do Papa Leão X, para revestir a parte inferior das paredes da Capela Sistina. As peças vão poder ser observadas ao nível dos olhos, o que permitirá descobrir os pormenores tecidos em lã, seda e ouro. Habitualmente, estão expostas de forma rotativa na Pinacoteca do Vaticano, na zona dedicada a Rafael (já os cartões preparatórios, que pertencem à Rainha Isabel, estão emprestados ao Victoria & Albert Museum).

“É uma grande emoção mesmo para nós”, diz a directora dos Museus do Vaticano, Barbara Jatta, citada pelo jornal La Repubblica. “Houve duas outras exposições das tapeçarias, em 1983 e 2010, mas desde do final de Quinhentos que não víamos colocadas todas as dez ao mesmo tempo na Capela Sistina.”

As tapeçarias, que contam a vida dos apóstolos São Pedro e São Paulo, faziam parte do projecto original da capela, mas só foram exibidas durante pouco tempo no século XVI, depois de terem sido tecidas em Bruxelas, na oficina de Pieter van Aelst.

“Rafael é um artista universal que forneceu à civilização figurativa ocidental os modelos supremos de beleza”, acrescenta Barbara Jatta, citada pelo comunicado da instituição. Estes 500 anos são “uma celebração fabulosa” que verá Rafael Sanzio da Urbino, nascido nesta última cidade em 1483, “ser protagonista da beleza, da harmonia, do gosto e da inspiração criativa para gerações de pintores, escultores, arquitectos, decoradores e artesãos”, acrescenta a directora.

Por causa da sua morte prematura, a 6 de Abril de 1520, aos 37 anos, Rafael nunca chegou a ver todas as tapeçarias, que chegaram ao Vaticano entre 1519 e o final de 1521, colocadas nas paredes da Capela Sistina.

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