Cultura em Expansão, cidade em ebulição

O programa Cultura em Expansão estende-se de Fevereiro a Dezembro por diversos locais da cidade do Porto.

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Dead Combo Rui Gaudencio

Depois de dois meses de descanso, o Cultura em Expansão está de volta para a sétima edição. São 46 projectos apresentados até Dezembro, espalhados por 22 locais do Porto pouco habituados a este tipo de eventos. O programa mantém a aposta em grandes nomes do panorama artístico nacional, ao mesmo tempo que cria o espaço e o tempo para novos projectos se poderem afirmar. Dead Combo, Lena d’Água, Clã, JP Simões, Teatro Experimental do Porto, The Legendary Tigerman, Mariana Tengner Barros, Raquel André, Miramar, Vânia Rovisco, Palmilha Dentada, Lula Pena e Vera Mantero são apenas alguns dos nomes da programação divulgada esta sexta-feira.

Depois da reestruturação do ano passado, o Cultura em Expansão continua a crescer este ano com a criação de um novo pólo na Associação de Moradores da Bouça. Este quarto auditório vem, assim, juntar-se aos três já existentes na Associação de Moradores do Bairro Social da Pasteleira – Previdência/Torres, no Grupo Musical de Miragaia e na Junta de Campanhã. Paralelamente, está, ainda, disponível a Programação Satélite.

“Do teatro à dança, passando pela música, o cinema e os cruzamentos que daí advêm”, a programação de 2020 inclui, também, o reforço dos projectos que permitem a colaboração das comunidades na criação de trabalho artístico, com o desenvolvimento de 12 residências. Rui Moreira destaca que esta edição “continua a pautar-se pela criação de condições que possibilitam uma fruição cultural mais abrangente no Porto”. O Presidente da Câmara Municipal do Porto avança, ainda, que ao longo do ano se irá reforçar o formato concebido em 2019, “apostando-se numa crescente fidelização de públicos e numa programação multidisciplinar”.

Dead Combo (a acabar em grande) para começar 

Por entre tanta diversidade, o difícil é escolher. A 28 de Fevereiro, o Cultura em Expansão arranca em força com o concerto dos Dead Combo. A dupla formada por Pedro Gonçalves e Tó Trips despede-se dos palcos este ano com a digressão Fim. Depois de dezasseis anos de carreira, estas actuações assumem-se como uma celebração do seu percurso musical e desta história a dois.

A 13 de Março é a vez de Raquel André subir ao palco com a sua Colecção de Amantes. Desde 2014, a artista tem percorrido o mundo para visitar apartamentos de desconhecidos, com o objectivo de capturar em fotografia estes Amantes. Até Junho de 2019, já tinha retratado 237 pessoas, mas espera continuar a coleccionar até 2024. Em palco, Raquel apresenta uma criação teatral, na qual conta as histórias reais ou fictícias da sua Colecção, acompanhada pela música de Noiserv.

Beniko Tanaka é uma artista plástica que irá apresentar o seu teatro de sombras Tenshô. Através da manipulação ao vivo de marionetas japonesas, a peça relata o choque de culturas entre japoneses e portugueses, numa verdadeira viagem pela história. Este teatro de sombras com narração e música original pode ser visto a 28 de Março.

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Lena D'Água atua a 7 de outubro. Andre Rodrigues

O Cinema Insuflável abre a 17 de Abril e continua com sessões até 4 de Julho. Tratando-se da única sala de cinema móvel do país, esta iniciativa viaja pela cidade pelo terceiro ano consecutivo e traz aos mais novos filmes categorizados por faixas etárias. A responsabilidade da selecção das curtas-metragens ficou a cargo do Festival Internacional de Cinema para a Infância de Florianópolis (Brasil), do KUKI Festival (Alemanha), do L'agence du court métrage (França), do National Film Board, do Canada, da Cinemateca Júnior – Museu do Cinema e do PLAYFEST (Lisboa)

No dia 25 de Abril, JP Simões apresenta-se num espectáculo especial de celebração da Revolução dos Cravos. O concerto de uma hora divide-se em canções próprias e em cantigas de Abril, destacando-se a homenagem a José Mário Branco.

Desafiar o público para a criação colectiva

WAVEDANCE LAB +55 Anos é um projecto de formação e criação coreográfica para maiores de 55 anos criado pelo coreógrafo Rafael Alvarez. Pela primeira vez no Porto, o projecto desafia um grupo de moradores do bairro da Pasteleira que, após um período de laboratório intensivo, irá apresentar-se a 17 de Maio para um espectáculo final de dança.

Campanhã é a Minha Casa é um convite à construção colectiva; os moradores da freguesia são desafiados a partilhar as suas colecções de filmes e registos de família. Estes retratos da vida real são a base de três curtas-metragens, com realização de Cláudia Varejão, Edgar Pera e Sónia Amen, que serão apresentadas em três sessões: 17 de Julho, 28 de Agosto e 25 de Setembro.

Ao longo de três meses, Frankão – músico também conhecido por O Gringo Sou Eu – vai desenvolver a sua primeira residência artística, em conjunto com a comunidade escolar do 3º ciclo e ensino secundário. O Laboratório Criativo de Música Digital e o Atelier de Rimas e Letras – com início em Outubro - vão culminar na criação de uma produtora e na organização de eventos para a promoção do trabalho desenvolvido.

Brado - Encontro de Vozes em Cigano Canto será apresentado a 16 e a 18 de Outubro. Trata-se de um trabalho de criação colaborativa entre a performer Margarida Mestre e a comunidade cigana dos bairros Contumil/Lagarteiro. Partindo do Canto Cigano, o trabalho “resulta em novas composições, ao imprimir à tradição conjugações inesperadas, jogos de harmonia, novas dinâmicas e suspensões de pormenores”.

Entrada livre para todo o programa

O ponto final do Cultura em Expansão 2020 tem data marcada para 19 de Dezembro. Aos Blind Zero juntam-se a Orquestra Juvenil de Bonjóia e o a-jun-ta-men-to. A Orquestra Juvenil de Bonjóia conta com cerca de uma centena de crianças de escolas e bairros do Porto. Já o a-jun-ta-men-to reúne as comunidades de Miragaia, Bouça, Pasteleira e Campanhã, numa residência criada pela ondamarela para este programa municipal.

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Peça de teatro do programa Cultura em Expansão 2016. Paulo Pimenta

Destaca-se, ainda, o papel das “parcerias estabelecidas com as estruturas que se encarregaram do acompanhamento do programa em cada local – o Visões Úteis em Campanhã, o Teatro do Frio na Pasteleira e a Confederação em Miragaia”. Rui Moreira esclarece que, para além de continuarem o mesmo trabalho, as entidades foram convidadas – juntamente com a Sonoscopia na Bouça – a programar com a organização a edição de 2020.

Englobando cinema, dança, teatro, música e performance, o Cultura em Expansão vai preencher o panorama cultural do Porto até ao fim do ano. Os espectáculos desta programação são de entrada livre e destinam-se a todos os públicos.

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