Após as chuvas — abençoadas chuvas! — os campos surgem manchados de amarelo. Mal se dissipa o nevoeiro que serpenteia entre os montes, deixando adivinhar o percurso do rio que nunca daqui a vista alcança embora o saibamos lá — o calor da manhã até há pouco submersa a impor-se na paisagem —, destapam-se os caminhos de terra. Avistam-se, então, os borrões de cor, dessa mesma cor invocada pelo nosso cineasta louco, a cor do submarino dos Beatles e aquela que alguns afirmam ter sido a preferida de Van Gogh, o próprio locatário de uma casa amarela, embora aos girassóis os substituam no caso as mais humildes azedas, de seu nome científico, Oxalis pes-caprae, conhecidas vulgarmente também por trevilho, trevo-azedo, santas-noites, praga-má, erva-canária, erva-mijona… Etc. Posto isto — e saltando as partes chatas de que falava Hitchcock —, cambiado o cenário e abandonada a botânica, leio que em Lisboa preferem o verde ao yellow.
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