Maduro acusa TAP de auxiliar Guaidó e transportar explosivos
Caracas acusa companhia aérea de ter ocultado a identidade de Juan Guaidó e permitido transportes de explosivos em voo.
O Governo venezuelano acusa a TAP de ter violado “padrões internacionais”, por ter permitido o transporte de explosivos e por ter ocultado a identidade do líder da oposição, Juan Guaidó, num voo para Caracas.
As autoridades venezuelanas acusam ainda o embaixador português em Caracas, Carlos Sousa Amaro, de interferir nos assuntos internos da Venezuela, ao interceder pelo tio de Juan Guaidó, Juan Marquez, que foi preso na terça-feira, quando aterrou no mesmo voo da TAP, acusado de transportar explosivos.
Segundo o Governo venezuelano, Juan Marquez, que acompanhava o sobrinho Juan Guaidó, transportou “lanternas de bolso tácticas” que escondiam “substâncias químicas explosivas no compartimento da bateria”.
Assim, as autoridades venezuelanas consideram que a TAP, nesse voo entre Lisboa e Caracas, violou normas de segurança internacionais, permitindo explosivos, e também ocultou a identidade do autoproclamado Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, na lista de passageiros, embora a segurança aeroportuária não seja da responsabilidade das companhias transportadoras.
Questionada pela Lusa, a TAP escusou-se a comentar a alegação.
Juan Marquez é ainda acusado de ter carregado outros explosivos em cápsulas de perfume e um colete à prova de balas, bem como uma USB dissimulada nos telecomandos de um veículo, com pretensos “planos de ataque”.
Por estas acusações, Marquez foi detido na sede da Direcção de Contra-Informações Militares, em Caracas, devendo ser transferido para um tribunal em La Guaira, uma cidade costeira da Venezuela.
As autoridades venezuelanas dizem que o embaixador português em Caracas tentou interceder por Juan Marquez, mas descartou qualquer possibilidade de o libertar.
O Governo acusa mesmo Carlos Sousa Amaro de “interferência abusiva em assuntos internos” da Venezuela.
Juan Guaidó, que regressou no voo da TAP com o tio após um périplo político pelos continentes europeu e americano, já denunciou o “desaparecimento” do seu tio materno, responsabilizando o Presidente eleito, Nicolas Maduro, por “tudo o que acontecer com ele”.