No equador

Não se vai a S. Tomé apenas para atravessar o equador. Vai-se também para ver a casa onde nasceu José de Almada Negreiros, ou para perceber o que era o trabalho escravo.

Quem pousa no aeroporto de São Tomé, vindo de Lisboa, ainda não atravessou o equador. Para o fazer tem de viajar aos solavancos numa estrada sinuosa até ao sul da ilha para depois tomar um barco que atravessa o canal até ao Ilhéu das Rolas. Estamos na estação das chuvas, pelo que há água por baixo e por cima. Chegados ao ilhéu, mais precisamente ao ancoradouro do Hotel Pestana, o equador já não está longe. O melhor, para apreciar devidamente os lautos recursos da floresta tropical e a vida local (“leve-leve” é a expressão para designar a calma reinante), é ir com um guia da aldeia piscatória de S. Francisco, vizinha do hotel. O guia será, com toda a probabilidade, benfiquista, pois na aldeia abundam bandeiras do clube da Luz.

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