Montijo: “Se o motor de um carro faz isto, imagine o de um avião...”

O estuário do Tejo alberga, sobretudo no Inverno, centenas de milhares de várias espécies de aves. Se o aeroporto do Montijo avançar, teme-se que os impactos sobre a avifauna venham a pôr em risco as migrações de espécies que já estão a enfrentar declínios de população nos últimos anos.

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O bando é demasiado grande e compacto para parecer um bando e José Alves demora algum tempo a convencer os ocupantes do carro de que aquela massa castanha que se vê no meio do rio, e que mais parece uma linha de pedras contínua, é, de facto, um conjunto de maçaricos-de-bico-direito (Limosa limosa). Estamos junto aos arrozais da lezíria ribatejana, em plena Reserva Natural do Estuário do Tejo, e numa zona que, a concretizar-se a construção do aeroporto do Montijo, irá ser afectada pelas rotas de aproximação e descolagem das aeronaves. “Temos bandos de milhares de aves em pleno corredor que as aeronaves vão utilizar. Qual é a hipótese de ter um bando de 20 mil limosas no caminho e desviá-las?”, questiona Joaquim Teodósio, da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA).

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