Guia para um dia de greve: escolas fechadas, consultas adiadas e serviços a meio gás esta sexta-feira

Paralisação da função pública desta sexta-feira deverá ter especial impacto na Educação e na Saúde. Os trabalhadores das empresas de distribuição também protestam.

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Daniel Rocha

A Educação deve ser o principal sector afectado pela greve da função pública marcada para esta sexta-feira. Sem serviços mínimos decretados no sector e com professores e funcionários não docentes em protestos, os directores antecipam que a maioria das escolas possa encerrar.

Na Saúde também é esperada grande adesão, mas a existência de serviços mínimos deverá reduzir os impactos para os cidadãos. Ainda assim, deverá haver consultas adiadas. Com as principais estruturas sindicais da função pública, Frente Comum dos Sindicatos da Administração Pública, afecta à CGTP, e Federação de Sindicatos da Administração Pública (Fesap), da UGT, alinhadas no protesto, a greve dos trabalhadores do Estado desta sexta-feira promete complicar a vida de quem tiver que recorrer às repartições públicas e tribunais.

Escolas

“Estou convencido de que a maioria das escolas vai encerrar”. A afirmação é de Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas. Tantos os professores como os funcionários estão mobilizados para a greve, que pode ser “uma das maiores de sempre no sector”, acredita o mesmo responsável. Na educação, não foram fixados serviços mínimos. Será o nível de adesão dos funcionários o principal factor a determinar se escolas funcionam ou não, uma vez que têm que encerrar sempre que não tenham um número mínimo de trabalhadores.

Saúde

Se, na Educação, professores e funcionários estão igualmente mobilizados para o protesto da função pública, também na saúde o protesto é transversal, juntando a Federação Nacional dos Médicos, a Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros e os Técnicos Superiores de Diagnóstico e Terapêutica. Durante esta sexta-feira, antecipa-se o adiamento de consultas externas nos hospitais ou de atendimentos não urgentes nos centros de saúde. No entanto, foram decretados serviços mínimos que incluem os serviços de urgência, quimioterapia e radioterapia, diálise, cuidados paliativos em internamento, por exemplo. As unidades de saúde deverão, por isso, funcionar num ritmo semelhante ao dos fins-de-semana.

Repartições públicas

A greve da função pública desta sexta-feira foi convocada pela Frente Comum como forma de mobilização dos trabalhadores para uma manifestação marcada para às 14h30, na praça do Marquês de Pombal, em Lisboa. “As informações que temos é que haverá milhares de trabalhadores de todo o país que estarão presentes”, antecipa Ana Avoila, dirigente daquela estrutura sindical. Por isso, poderá haver repartições e serviços públicos encerrados, um pouco por todo o país. Os sindicatos antecipam uma forte adesão dos trabalhadores da Justiça, o que pode obrigar ao adiamento de audiências e diligências nos tribunais.

Transportes

Os trabalhadores do Município de Lisboa aderiram à greve desta sexta-feira. Esperam-se, por isso, supressões de alguns dos serviços da Carris, ao longo de todo o dia. Sendo esta uma greve da função pública, não atinge as empresas privadas que operam nos transportes públicos da Grande Lisboa.

Já o Metro do Porto, gerido por privados, não sofrerá com o protesto. O mesmo acontece com a STCP que é uma sociedade anónima. 

Ainda que não sejam funcionários do Estado, os trabalhadores das empresas de distribuição também estão em greve nesta sexta-feira. Em causa está o facto de a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) está a arrastar o processo negocial de revisão dos salários dos trabalhadores desde 2016.

Recolha do lixo

É habitualmente o sector onde se sentem os primeiros efeitos da greve, uma vez que a recolha é feita de madrugada. Os efeitos vão ser sentidos nas cidades onde a recolha do lixo é feita pelos municípios ou empresas municipais, como acontece em Lisboa onde a autarquia deixou um aviso aos cidadãos através do Facebook pedindo “a colaboração de todos para que acondicionem bem os seus resíduos”, face à possibilidade de não haver recolha durante esta sexta-feira.

Notícia corrigida​ às 11 horas: ao contrário do que escrevemos os trabalhadores dos STCP​ não estão em greve. 

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